Mais além das oportunidades existentes, todo cenário de crise enseja maior integração e cooperação para que seja possível não somente superar os desafios, como também evoluir de forma sustentável. Essa união de forças – e esforços – de todos aqueles que atuam na casa da indústria, como associado, parceiro, integrante de comissão ou colaborador, se constituiu no grande valor gerado em 2015.

O setor de petróleo e gás vive um momento de transição, quando iniciativas relacionadas às mudanças climáticas e o preço do petróleo desafiam o atual modelo de negócio. A indústria está fazendo a sua parte se reinventando: ajustando a carteira de contratos, reduzindo investimentos e custos operacionais, renegociando parcerias e contratos com os fornecedores de bens e serviços, buscando mais eficiência. Enfim fazer mais com menos.

O IBP acredita no enorme potencial geológico do país, que pode suprir as necessidades energéticas de um dos maiores mercados consumidores do mundo. Nesse sentido, vem atuando de forma incisiva junto aos órgãos governamentais, legisladores e reguladores pela melhoria de condições para tornar essa indústria mais competitiva e atraente para os investidores. Trabalhamos pelo aprimoramento de regras e políticas que visem a redução de custos e burocracia, padronização de projetos, simplificação de processos, escolha de adequados padrões de segurança e de meio ambiente e rapidez nas decisões.

Frente a um cenário de preços baixos por um longo período, o IBP contribuiu, em conjunto com outras 23 entidades da indústria, capitaneadas pela Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP), para a elaboração da Agenda Mínima para o Setor de Petróleo e Gás, lançada em outubro de 2015, que apresentou as questões cruciais para o setor, como a necessidade de ajustes no marco regulatório, o aprimoramento da política de conteúdo local, um calendário de leilões, a multiplicidade de operadores no pré-sal e a segurança contratual.

Fomos convidados a participar do grupo de conselheiros criado pela Presidência da República, com o intuito de auxiliar na proposição de ações para o desenvolvimento econômico e social do país. Neste e em outros fóruns defendemos a tese de que a indústria de óleo e gás pode se tornar uma das principais propulsoras da retomada do crescimento econômico do Brasil.

Também demos prosseguimento às atividades que fazem do IBP um fórum natural para as discussões sobre a sustentabilidade da nossa indústria. Em 2015, realizamos diversos cursos, eventos, palestras, estudos, além de contribuir na elaboração de normas e certificações que garantiram a geração e disseminação de conhecimento para o desenvolvimento dessa cadeia produtiva que é uma das forças motoras da economia do país.

Merece destaque o estudo sobre tendências que impactarão a oferta e demanda futura de petróleo, gás, biocombustíveis e seus derivados, bem como o trabalho sobre a oferta e demanda de infraestrutura logística, fundamental para o abastecimento do país.

Encerramos o ano cientes e orgulhosos da demonstração de força e capacidade de união dessa indústria. Mas com a certeza de que ainda temos muito trabalho pela frente.

JORGE M. DE T. CAMARGO
Presidente do IBP