Série Diálogos da Rio OIl & Gas reforçou que a Petrobras teve papel estratégico ao direcionar aportes para o pré-sal e abrir oportunidades para novos players
O reposicionamento dos negócios da Petrobras, focado na exploração de águas ultraprofundas, proporcionou oportunidades para que novas empresas façam aportes, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), de quase R$ 28 bilhões em 34 campos maduros em contratos de longo prazo. Este fator gera, diante das operações em bacias locais, diferentes benefícios – como ampliação de empregos e maior recolhimento de impostos – para diversos municípios em todo país, proporcionando desenvolvimento social com desdobramento positivo para educação e saúde. Este foi um dos principais destaques do webinar “Revitalização dos campos maduros: como novos investimentos transformam a economia regional”, que ocorreu na terça-feira (29.09). Foi a 9ª edição da série Diálogos da Rio Oil & Gas e pode ser acessado gratuitamente no canal do YouTube do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP).
O Espírito Santo se preparou para receber estes investimentos, segundo análise de Marcos Kneip, Secretário Estadual de Desenvolvimento do ES. Ele citou que a “competividade capixaba” já ocupa o 5º lugar no ranking desenvolvido pelo Centro de Liderança Púbica (CLP), além de ter reduzido a burocratização, citando a celeridade para abertura de empresas. Kneip ainda cita que três projetos de lei colocam o Estado em posição de vanguarda no segmento de O&G: preparação do mercado de gás local em convergência para futura aprovação do novo marco federal; redução de alíquota sobre ICMS do combustível de navios para aumentar atividade portuária; e desenvolvimento do Repetro para aquisição no mercado interno de peças e equipamentos. As atividades onshore locais já somam 6 empresas e 295 poços perfurados. O Fórum Capixaba de Petróleo & Gás prevê investimentos próximos de R$ 300 milhões / ano até 2030, o que deve elevar o patamar produtivo para 50 mil barris diários em uma década.
A mudança para uma simplificação na gestão dos Estados e Municípios é um movimento que amplia a competividade do país e já pode ser percebido, conforme análise de Leonardo Caldas, Diretor de Relações Institucionais da Perenco do Brasil. Ele defendeu, durante o webinar, um programa específico para a revisão regulatória de campos maduros e marginais offshore em águas rasas e semiprofundas. “Este seria um ambiente que precisaria de olhar mais atento por parte do governo. É importante destacar que os ativos em campos maduros, sem este direcionamento do negócio da Petrobras, seriam descomissionados e poderiam não receber investimentos de operadores independentes”, avalia.
Ricardo Morais, Gerente Executivo de Terra e Águas Rasas da Petrobras, reforça que a estratégia da estatal direcionar seu investimento para águas ultraprofundas proporciona a entrada de 10 novos players para 91 concessões em 5 estados. “É um movimento para crescimento com competência técnica e análise criteriosa com foco na gestão destes campos. Ganham os governos com maior produção e o mercado local também conquista novos players com geração de vagas e desenvolvimento de uma cadeia setorial mais robusta”, comenta.
O CEO da 3R Petroleum, Ricardo Savini, concorda que “são processos duros e competitivos, além da Petrobras ter sido devidamente remunerada” para gestão destes campos. O executivo cita que a 3R assume para aumentar e continuamente aprimorar a operação e recuperação do Pólo Macao, na Bacia Potiguar.
Marcelo Magalhães, CEO da PetroReconcavo, lembrou da expertise corporativa de 20 anos de operação em campos maduros. “Tínhamos parcerias em 12 contratos com a Petrobras em Campos na Bacia do Recôncavo e depois reforçamos nosso portfólio com 5 concessões própria. Foi um trabalho iniciado em fevereiro de 2000 nestes 12 campos, que representava 5% da bacia e, hoje, a produção já totaliza 15% da área”, indica. A sede da companhia, em Mato de São João (BA), está localizada em uma região com rede de ensino bem estruturada e boa performance no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Magalhães cita que a empresa é a maior contribuinte regional por meio de ISS e royalties.
A Diretora Executiva Corporativa do IBP e mediadora do evento, Cristina Pinho, reforçou que diversas empresas estão alterando suas estratégias para aumentar sua competividade e fortalecer suas agendas ASG (ambiental, social e Governança), com foco na geração de oportunidades de emprego e renda. Ela convidou para a décima edição do Diálogos, que será realizada na próxima segunda (05/10), das 18h às 19h15, com tema “O Plano Nacional de Energia 2050” e presença de Thiago Barral, Presidente da EPE. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas aqui.