O crescimento acelerado das grandes cidades, a expansão da urbanização, o envelhecimento da população, o aumento da renda e as alternativas cada vez mais disseminadas de mobilidade serão fatores determinantes para a mudança das matrizes de oferta e consumo de energia no mundo nos próximos anos e décadas. A conclusão é do estudo “Tendências para o Setor de Energia no Longo Prazo”, encomendado a pedido do Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) para a consultoria Catavento e apresentado no evento em comemoração ao 58º aniversário do Instituto, no dia 23 de novembro.
Segundo o documento, todos esses fatores irão pressionar e alterar a participação das fontes de oferta de energia, com ganho das fontes renováveis (solar, eólica e outras) – cujo peso deve passar de 13% em 2012 para 16% em 2025. Em 2040, o percentual estimado é 19%.
Para Clarissa Lins, economista e sócia da Catavento, é “muito relevante o fato de um instituto como o IBP, que representa a indústria do petróleo, dar atenção a esse tema e tentar se antecipar às mudanças que ocorrerão”.
O presidente do IBP, Jorge Camargo, afirmou que “não resta dúvida que o setor vive uma fase de transição” e que há uma conjuntura favorável para a redução de emissões de CO2 – uma das prioridades do setor. Camargo destacou ainda que o modo mais rápido, fácil e econômico de cortar emissões é investir em gás natural e usá-lo para deslocar a demanda por carvão, fonte mais poluente de todas.
Nas projeções usadas no estudo, a participação do carvão pouco se altera – de 29% em 2012 para 27% em 2015 da matriz energética global. Já o gás, combustível fóssil mais limpo, oscila de 21% para 23%.
Há um potencial grande, afirma Camargo, para utilizar o gás na geração de energia e na indústria. Foi a descoberta de grandes reservas de shale gas nos EUA, por exemplo, que abriu espaço para o país fechar recentemente um acordo com a China para reduzir emissões.
O estudo se baseou em informações de mais de 35 instituições, como OCDE, Fórum Econômico Mundial e Agência Internacional de Energia. Os pesquisadores entrevistaram ainda 23 acadêmicos, executivos e especialistas do Brasil e do exterior.
IBP: 58 anos de contribuições para a indústria
Durante o evento, o IBP também celebrou os 58 anos de fundação, completados no dia 21 de novembro, mesma data de comemoração do Dia da Indústria. Na ocasião, o presidente do Instituto, Jorge Camargo, ressaltou a oportunidade de falar sobre a história do IBP e da indústria, lembrando o passado e os desafios atuais.
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Confira abaixo o vídeo do evento: