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A ANP (Agência Nacional de Petróleo) estuda uma proposta do BNDES para criação de um fundo para financiar empresas que surjam por meio de projetos de Pesquisa e Desenvolvimento, segundo anunciou o diretor-geral da agência, Décio Oddone, durante o último dia da O&G TechWeek – evento brasileiro pioneiro promovido pela indústria focado em tecnologia e tendências para o futuro do setor de óleo e gás, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.

Segundo Oddone, o Brasil ainda não conhece seu potencial no que diz respeito a petróleo. “Precisamos conhecer o potencial brasileiro antes que a era do petróleo acabe. Não temos tempo a perder.”

O diretor-geral também anunciou no evento os finalistas do Prêmio ANP 2017. Na categoria Personalidades estão Carlos Tadeu da Costa Fraga (Granbio), Marcelo Gatass (Tecgraf) e Segen Farid Stefen (Coppe UFRJ).

Futuro do emprego

Em uma discussão transversal sobre os impactos da tecnologia na sociedade, o diretor do Copenhagen Institute for Future Studies na América Latina, Peter Kronstrøm, afirmou que o ser humano sempre usou a tecnologia para melhorar seus processos, portanto, o trabalho não vai acabar. “No futuro, todo mundo será empreendedor e terá uma abordagem empreendedora em relação à vida. Temos que nos tornar protagonistas do futuro e não vítimas dele”, afirmou.

Ele apontou ainda megatendências para o futuro. Entre elas estavam foco em saúde, sustentabilidade, desenvolvimento demográfico, sociedade em rede, imaterialização e sociedade do conhecimento. “O mais importante nesse contexto é o investimento em educação e a formação de pensamento crítico”, afirmou.

O presidente da rede brasileira de cidades inteligentes e humanas, André Gomyde, disse que, quando a máquina começa a substituir o homem, o conceito da mais valia muda. “O grande capital do século 21 é o conhecimento, e conhecimento se compartilha.”

Ele apontou como tendência para o futuro as cidades inteligentes e humanas, que devem ser construídas sobre quatro pilares: subsolo, solo, infraestrutura técnica e plataforma integradora. “Precisamos fazer galerias técnicas, conhecer o subsolo. Quanto ao solo, é necessário reurbanizar cidades, construir prédios e casas com captação de água da chuva; pensar em fazer praças bem iluminadas, com internet de alta velocidade, para que as famílias ocupem o espaço urbano, e uma central de operações da cidade, para concentrar os dados, que seria a plataforma integradora, onde entra a internet das coisas.”

Ideias inovadoras

Além das discussões, foram apresentados os dois vencedores do Ideation Week, realizado junto com a O&G TechWeek pelo IBP e pela Fábrica de Startups – uma das maiores aceleradoras europeias, sediada em Portugal. Com um caráter prático, o projeto gerou ideias inovadoras para o setor de óleo e gás. Durante cinco dias dessa semana, os participantes se reuniram para identificar os principais desafios do setor de óleo e gás e colocar em prática os projetos e ideias mais disruptivos. Os dois melhores colocados ganharam uma bolsa de cursos do IBP, além de apoio da Fábrica de Startups.

“O objetivo do Ideation era fomentar o espírito empreendedor no setor de óleo e gás. Buscamos pessoas com diferentes capacidades para criar soluções digitais e inovadoras, capazes de reduzir, por exemplo, o tempo de paradas programadas das plataformas”, disse Hector Gusmão, CEO da Fábrica de Startups.

Foi realizado também um Pitch de Startups, em parceria com o Sebrae. Dez empreendedores apresentaram produtos inovadores para a indústria em áreas como inteligência artificial, monitoramento, vazamentos, drones e previsão de ondas e correntes.

“Há muita carência de ambiente para que os inovadores possam se apresentar e a O&G TechWeek é um espaço qualificado para os empreendedores terem contato com possíveis contratantes ou investidores”, afirmou Antônio Batista, coordenador de óleo e gás do Sebrae.

A O&G TechWeek terminou hoje e teve cerca de 1.700 pessoas circulando nos cinco dias de evento, 40 horas de conteúdo e 89 palestrantes, sendo 15 deles internacionais. O evento teve patrocínio de Petrobras, EY, Repsol Sinopec Brasil, Shell Global Solutions, Aker Solutions e Deloitte, e apoio do Sebrae, Algar Telecom e Statoil.