Em entrevista, o Secretário Geral do IBP, Milton Costa Filho, destaca as novidades do maior evento de O&G da América Latina, que surfa a onda de otimismo do setor e traz atividades para todos os interesses – desde discussões sobre igualdade de gênero na indústria até o protagonismo da tecnologia – e a inauguração da UnIBP, primeira universidade do setor de petróleo, gás e biocombustíveis, que terá seu lançamento oficial na Rio Oil & Gas.
1-Quais mudanças do mercado estarão refletidas na programação do evento?
Buscamos trazer uma reflexão sobre transformações que já fazem parte do nosso mercado e permeiam nosso dia-a-dia. A tecnologia, por exemplo, passou de coadjuvante à atriz principal nas nossas discussões, tanto que, neste ano, uma das novidades foi justamente um bloco inteiro de discussões dedicado às tecnologias digitais, com o mesmo peso de tópicos como Downstream, Upstream, Gás e Energia, Abastecimento e Gestão da Indústria.
Além disso, trazemos também, tanto no congresso quanto na programação paralela, um debate sobre diversidade de gênero na indústria de óleo e gás, mostrando que o setor está em sintonia com as demandas da sociedade.
2- Na edição de 2016, o contexto foi marcado pela redução de atividades da indústria, fuga de investimentos, queda nas receitas e desemprego. Quais foram os desafios ao organizar a edição de 2018?
O desafio foi justamente realizar um evento que fosse maior do que a edição de 2016, marcada pela crise, e que refletisse o momento de recuperação da nossa indústria, com a retomada de investimentos, de rodadas e de discussões sobre marcos regulatórios. E acho que conseguimos isso, pois, além do alto nível da programação, pudemos ver o retorno de algumas empresas representativas que não estiveram presentes em 2016, como BP, ExxonMobil, Equinor, Repsol Sinopec e Chevron, por exemplo, e a presença de novas companhias. Isso prova que há confiança no futuro do setor.
3- Do upstream ao downstream, a indústria é muito diversa em relação às necessidades dos seus agentes. Como garantir que todos os agentes da cadeia tivessem seus interesses contemplados no evento?
As discussões do congresso vão se dividir em cinco pilares: E&P, Abastecimento, Gás e Energia, Gestão da Indústria e Tecnologias Digitais. Também contaremos com dez eventos paralelos – além de minicursos e palestras nos estandes das empresas -, o que dará ao participante a oportunidade de escolher um cardápio com os temas que melhor atenda os seus interesses. É como se cada um pudesse criar a sua própria Rio Oil & Gas.
4- Como a UnIBP se diferencia dos cursos que o IBP já oferece?
A UnIBP é a primeira e única universidade do setor de petróleo, gás e biocombustíveis. Com isso, nós estamos migrando de um modelo de treinamento tradicional para uma iniciativa que vai desenvolver as competências essenciais do profissional da nossa indústria. Nós ainda vamos oferecer cursos avulsos, mas a ideia é que o aluno ou profissional tenha acesso a uma aprendizagem continuada, com uma metodologia própria, para traçar seu caminho de carreira em sintonia com as necessidades do mercado.
5- Para qual perfil de profissional a UnIBP é voltada?
A universidade está aberta a todos os profissionais que atuem ou desejem atuar na indústria. O portfolio engloba desde cursos mais técnicos até aqueles com o perfil de gestão, focados em liderança.
6- Qual impacto que a UnIBP vai ter no setor de óleo e gás?
O conhecimento disseminado por uma universidade setorial não é pensado de acordo com a cultura de uma determinada instituição, mas com as necessidades de um segmento específico. Então, esperamos contribuir para que a indústria tenha profissionais cada vez mais preparados para lidar com as necessidades e particularidades dessa indústria tão competitiva que é a de petróleo e gás, independentemente do cargo. Contamos com vários parceiros – universidades a empresas de tecnologia – para garantir capilaridade e conhecimento em todas as frentes.