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A Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) publicou no último mês, o World Energy Outlook com as projeções da agência para o setor energético mundial. A equipe de Análise Econômica do IBP produziu uma análise crítica do material e destacou os pontos mais importantes para uma compreensão dos cenários apontados pela publicação.

Dividido em três cenários, Stated Policies (STEPS), Announced Pledges (APS) e Net Zero  2050 (NZE), o documento destaca que a crise energética global desencadeada pela invasão da Ucrânia pela Rússia vêm impactando famílias, empresas e economias inteiras, levando a respostas de curto prazo dos governos, bem como a um debate mais profundo sobre as formas de reduzir o risco de interrupções futuras e promover a segurança energética.

No curto prazo, a crise geopolítica impulsiona a demanda por petróleo e carvão, à medida que são buscadas alternativas aos altos preços do gás. Por outro lado, a crise também reforça a difusão de fontes de baixas emissões, principalmente as fontes renováveis, mas também a energia nuclear, além de impulsionar também o desenvolvimento de tecnologias voltados para eletrificação e ganhos de eficiência.

Outro destaque do documento é que, pela primeira vez, o cenário STEPS, que considera somente as políticas atualmente implementadas, considera o alcance de um pico na demanda por combustíveis fósseis. No Snapshot Oferta global de energia fóssil e não fóssil por cenário” é possível observar a variação na taxa de transição dos combustíveis fósseis nos cenários da IEA. Neste cenário, a demanda por carvão atinge o pico nos próximos anos, a demanda por gás natural atinge um patamar de estabilidade no final da década e a demanda por petróleo atinge seu pico em meados da década de 2030, antes de cair ligeiramente.

A Agência Internacional de Energia também destacou a vulnerabilidade do mercado energético, evidenciada pelos choques vistos em 2022. Na visão da agência, uma transição energética segura exigirá um grande aumento nos fluxos de investimento em energia limpa. O alcance do NZE, cenário que projeta emissões líquidas nulas em 2050, demanda que os gastos com energia limpa e infraestrutura tripliquem até 2030, além de exigir também níveis bem mais elevados de investimentos nos mercados emergentes e nas economias em desenvolvimento.

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