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Petrobras reforça compromisso com a agenda ESG
O desenvolvimento de ações da agenda ESG na Petrobras foi destaque na abertura do segundo dia do ESG Energia e Negócios. Clarice Coppetti, Diretora Executiva de Assuntos Corporativos da Petrobras, destacou os esforços da empresa na implementação de políticas de diversidade e igualdade.

A executiva apresentou as metas da companhia de aumentar a participação de mulheres e pessoas negras e pardas para 25% da força de trabalho. “É importante destacar que é uma jornada. Nessa agenda, não podemos pegar atalhos, todos que trabalham com ESG nas empresas sabem disso”, enfatizou a diretora da Petrobras.

Coppetti ainda ressaltou as ações da empresa voltadas especialmente ao cuidado com as pessoas, como a criação de uma gerência de direitos humanos e a intensificação das políticas de diversidade. “Além disso, criamos uma estrutura de acolhimento para vítimas de assédio e reforçamos nosso compromisso com a vida”, concluiu.

Desafios do setor de seguros na agenda ESG
O mercado de seguros está em transformação para atender novas demandas e necessidades da agenda ESG. Esse cenário foi mostrado no painel “Integrando ESG no setor de seguro: Desafios e oportunidades para a sustentabilidade, resiliência e responsabilidade civil dos administradores”.

O Subsecretário de Planejamento de Longo Prazo do Ministério do Planejamento e Orçamento, André Luiz Campos de Andrade, mostrou como eventos climáticos vêm impactando a forma de proteção dos ativos. “Conhecer o cenário que estamos atuando e como estaremos reparando o país, estados e empresas é fundamental e precisa ser feita de maneira conjunta”.

Fernando Prado, CCO da Galcorr Seguros, enfatizou que a precificação dos seguros e a necessidade da atenção à agenda ESG estão mudando devido às ocorrências climáticas. Ele destacou que muitas seguradoras se recusam a atender empresas que não adotam práticas ESG. “Hoje, na operação do mercado, o ESG deixou de ser um adicional. Se não tiver pauta ESG, não há seguro”.

Alessandro Gratão Marques, Sócio Líder de FIDS no Brasil da Grant Thornton, explicou que o mercado de seguros no Brasil está evoluindo na adoção de medidas relacionadas à agenda ESG. “Estamos nos reinventando a partir dos eventos ocorridos. Temos visto empresários se movimentando na parte preventiva”.

Para Yves Lima, Head de Linhas Financeira da Howden Brasil, o mercado está avançando na construção de uma cultura de proteção no setor público. “Hoje, no Brasil, não temos a cultura da proteção ao gestor público. O orçamento público no país não está protegido por seguro, como ocorre em outros países”.

IBP espera aprovação do Combustível do Futuro antes do recesso parlamentar
A Diretora Executiva de Downstream do IBP, Valéria Lima, defendeu a aprovação, em curto prazo, do projeto de lei do Combustível do Futuro no Senado, a fim de abrir espaço para novas rotas da produção de biocombustíves. “Consideramos que deve ser analisado e aprovado antes do recesso parlamentar”, comentou a executiva durante o painel “A descarbonização no setor de transportes: os caminhos para ampliar a oferta de renováveis”.

Rafael Luchini Alves Costa, Gerente Executivo de Relações Institucionais e Governamentais do Grupo Ultra, indicou não haver uma solução única para substituir o consumo de combustíveis fósseis e isso não ocorrerá no curto prazo.

Luciano Correa, Gerente de Relações Externas e Mercado de Combustíveis e Energia da Raízen, afirmou que a empresa está investindo R$ 24 bilhões em etanol de segunda geração para exportação e produção de SAF. Ele acredita em um mosaico de soluções para a transição energética.

Segundo Rodrigo Herve Quaranta, Coordenador de Assuntos Regulatórios em Biocombustíveis da Petrobras, a empresa está desenvolvendo um programa de biorrefino de US$ 1,5 bilhão para construção de plantas de HVO e SAF. Ele ainda destacou que o Brasil é uma potência em biocombustível.

Por fim, Daniel Maia, diretor técnico da ANP, analisou que a certificação verde será essencial para o futuro do mercado de combustíveis, representando um desafio também para o regulador.

ANP reforça parcerias e ações para promover regulamentação de CCUS e hidrogênio
Daniel Maia, diretor da ANP, indicou que o Brasil precisa avançar na aprovação dos marcos regulatórios do hidrogênio verde, das eólicas offshore e do mercado de crédito de carbono para ter competitividade no cenário global. Contudo, a agência já lançou um relatório de CCUS antecipando o marco legal para apoiar a regulamentação de iniciativas nesse campo. O diretor apresentou as ações durante o painel “O papel do órgão regulador em prol da sustentabilidade, competividade e atração de investimentos no Brasil”.

Tabita Loureiro, Diretora Técnica e presidente interina da PPSA, reforçou que não existe competitividade sem previsibilidade jurídica por parte do órgão regulador. “O investidor precisa ter normas claras para realizar aportes no país. O Brasil está competindo globalmente neste segmento de soluções de baixo carbono. Não há como competir com os 80% de subsídios da Noruega e mais de US$ 300 bilhões de incentivos dos Estados Unidos. Por isso, precisamos ter regras fortes e um órgão regulador eficiente”, analisou.

Na moderação, Claudia Rabello, Diretora Executiva Corporativa do IBP, defendeu a produção com sustentabilidade e direcionamento de investimentos mais robustos em uma transição energética justa de longo prazo. “Este timing ainda não está definido, mas a produção de petróleo e gás ainda fará parte deste cenário, mesmo com transição energética”, comentou.

Daniela Russio, Gerente de Assuntos Regulatórios de Upstream da Shell, concordou que é necessário ter políticas claras para um plano de investimento a longo prazo. Meg Montana, Gerente de Relações Externas da Karoon Energy, indicou que a empresa está atuando em três programas de pesquisa e desenvolvimento, desde 2023, reforçando a inserção de startups para um progresso mais rápido de inovações de baixo carbono. Meg defendeu a aprovação do marco do carbono ainda em 2024.

Revitalização de campos maduros: estratégia crucial para a sustentabilidade e o crescimento do setor de óleo e gás no Brasil
A produção de campos maduros continua estratégica para o setor de óleo e gás brasileiro. Telmo Ghiorzi, Presidente Executivo da ABESPETRO, destacou que um dos grandes desafios da indústria é tornar esses ativos produtivos. “Temos 600 mil empregos diretos e indiretos na cadeia produtiva como um todo. Esses empregos são fortemente impactados pelos campos maduros, que são estratégicos para os fornecedores”, ressaltou durante o painel sobre a revitalização de campos maduros.

A Petrobras enfatizou a importância da Bacia de Campos, que ainda é um ativo valioso em seu portfólio. De acordo com seu plano estratégico, a empresa prevê investimentos de US$ 22 bilhões e a perfuração de 135 novos poços. O Gerente Geral de Concepção de Projetos de Águas Profundas da companhia, Denis Krambeck Dinelli, confirmou a estratégia de investimentos robustos. “Nos últimos 3,5 anos colocamos 47 novos poços em operação na Bacia de Campos. Produzimos cerca de 200 mil barris/dia em 2023”.

Ricardo Mucci, Country Manager da BW Energy, disse que a empresa vê o Brasil como parte relevante do seu portfólio. “Queremos expandir nossas ações no Brasil e estamos procurando novos ativos no país”. Atualmente, a empresa possui ativos nas Bacias de Campos e do Espírito Santo.

Felipe Wigg de Araújo, Chief Human Resources Officer da PetroReconcavo, ressaltou a importância do capital humano para o setor. “Estamos criando uma universidade corporativa para reforçar a tradição da companhia em formar profissionais”.

Alexandra Garchet, Diretora Jurídica e de ESG da Origem Energia, mostrou que a empresa está investindo em novos modelos de negócios, como a estocagem de gás natural. “É importante para equilibrar a oferta e a demanda e é uma alternativa bastante segura. Além disso, o CCUS está no nosso radar”, disse.

O evento contou com patrocínios de grandes empresas do setor, incluindo Petrobras, Equinor, ExxonMobil, Ipiranga, RepsolSinopec, Shell, Transpetro, Karoon Energy, Naturgy, OceanPact, Ocyan, SLB One Subsea, Shape e Subsea7, além da participação do Governo Federal.