Em evento do IBP, recrutadores de grandes players da indústria e novos talentos compartilharam ideias sobre carreira
A fim de esclarecer as principais dúvidas sobre o que as empresas de petróleo e gás esperam da nova geração de profissionais e quais as habilidades mais valorizadas pelo setor, o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) realizou na última terça-feira (21/05) um evento com líderes de RH que atuam na indústria para falar dos novos desafios profissionais. “A ideia desse encontro é possibilitar a troca de experiências sobre o mercado de trabalho, sobre recrutamento e processos seletivos, além de ter uma fotografia mais atualizada de como está o mercado hoje e nos próximos anos e como a nova geração pode ajudar a indústria de petróleo e gás nesse próximo passo”, afirmou Alessandra Simões, headhunter e sócia da WePlace.
O principal aspecto abordado pelos especialistas foi o desenvolvimento das chamadas soft skills, ou seja, das habilidades comportamentais e atitudinais. “Dificilmente o profissional irá trabalhar sozinho. Por isso, as soft skills são fundamentais para o desenvolvimento da carreira. Em um processo seletivo, é possível identificar essas habilidades por meio de experiências prévias dos candidatos, como engajamento em projetos extras na universidade e os resultados obtidos”, explicou Carla Diniz, diretora de Gente e Gestão da NTS.
Para Jaqueline Fonseca, gerente de Gestão de Pessoas da SBM Offshore, a principal característica do profissional que deseja ingressar no setor de petróleo e gás é a capacidade de resiliência e adaptação. “O nosso mercado é ambíguo e vulnerável. Tivemos um pico de resultados muito positivos quando os engenheiros podiam recusar oportunidades. Após a crise, os profissionais precisaram se adaptar não só ao novo momento da indústria, mas também a um cenário com salários reduzidos e novas estruturas organizacionais. Por isso, a necessidade de ser resiliente e saber se adaptar”, comentou ela.
Taís Rangel, gerente sênior de RH da American Bureau of Shipping (ABS) para América Latina, falou ainda sobre a atenção que os novos profissionais têm que ter para a capacidade de resolução de problemas e a persistência para buscar a soluções. “O conhecimento técnico é usado para saber aonde chegar e o que queremos fazer. Mas quando falamos em competências comportamentais, estamos falando do como fazer as coisas para chegarmos onde queremos. Temos um volume de informação muito grande, o que pode gerar uma dificuldade de se aprofundar para solucionar problemas. Essa persistência é fundamental para que consigamos, especialmente em questões técnicas, nos aprofundar e compreender como trazer soluções”, complementou a executiva.
Outro ponto abordado no evento foi a necessidade de identificação com a cultura organizacional. Para Gabrielle Botelho, líder sênior de Desenvolvimento Organizacional da Equinor, o ideal é que as contratações sejam feitas na base e, a partir de um desenvolvimento interno, possa resultar em um comprometimento de longo prazo do funcionário com a empresa. “Buscamos profissionais que tenham aderência aos valores da companhia. Nesse sentido é muito importante que o candidato faça o dever de casa e pesquise sobre a empresa que está aplicando. É preciso saber se o seu perfil combina com o da empresa”, disse Gabrielle.
Os especialistas falaram ainda sobre a importância do networking, que deve ser iniciado já na faculdade, e do desenvolvimento do inglês como segundo idioma. “Invista tempo e recursos para dominar o inglês, que é pré-requisito em qualquer seleção. Saber mais ou menos três idiomas, por exemplo, não vai te ajudar em um processo seletivo. Se você é capaz de apresentar o seu trabalho de faculdade em inglês e de explicar o que faz nesse idioma, você está apto para esse setor”, observou Carla. Especialista em Desenvolvimento Humano e Organizacional da Total, Fábio Martins, também deu dicas aos participantes.