O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) e a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) lançaram a Conexão SAF, no último dia 6 de junho, durante a 5ª edição do evento “Aviação Sustentável”, em Brasília (DF).
A iniciativa consiste em um fórum informal que visa congregar atores públicos e privados para debater soluções que acelerem a viabilização do Combustível Sustentável de Aviação, SAF (sigla em inglês para Sustainable Aviation Fuels), contribuindo para a descarbonização do setor de aviação brasileiro.
A demanda surgiu a partir do Objetivo Aspiracional de Longo Prazo – adotado pela Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), órgão das Nações Unidas do qual o Brasil é membro – de alcançar zero emissões líquidas de carbono na aviação internacional até 2050.
Para atingir esse objetivo, além de melhorias tecnológicas das aeronaves e das operações aéreas, e da compensação de emissões por meio de créditos de carbono, será necessário efetivar a transição energética do setor de aviação por meio do uso de combustíveis com menor intensidade em carbono. Nesse sentido, os combustíveis sustentáveis da aviação serão fundamentais.
O Brasil, com sua disponibilidade de matérias-primas, tecnologias e ampla experiência na produção de biocombustíveis, em particular etanol e biodiesel, tem grande potencial de se tornar líder global nesse novo mercado.
Os SAF são combustíveis quimicamente análogos ao tradicional querosene da aviação, de origem fóssil. Eles não demandam adaptações dos motores das aeronaves e podem ter diversas origens para sua produção – como óleos vegetais, gordura animal, biogás e biomassa. Tecnicamente, são definidos como combustíveis da aviação oriundos de matéria renovável ou derivados de resíduos, atendendo a critérios de sustentabilidade ambiental internacionais.
O SAF emite menos porque, ao longo de todo o seu ciclo de vida – incluindo os insumos utilizados para sua produção, transporte e queima – há menos emissões de carbono do que decorreria com o uso de combustíveis fósseis. A redução depende da matéria-prima e tecnologia de conversão.
O potencial de crescimento do mercado de SAF é imenso, na medida em que ele representa, atualmente, menos de 0,5% do volume de combustível utilizado pelo transporte aéreo.
A adesão ao fórum é voluntária e aberta a agentes interessados em contribuir com o tema, especialmente produtores de matéria-prima e de biocombustíveis, distribuidores de combustíveis, empresas aéreas, operadores aeroportuários, fabricantes de produtos aeronáuticos, provedores de tecnologia, instituições de pesquisa, entidades de fomento e financiamento, bancos de investimentos e pesquisadores.
Para participar, basta enviar uma mensagem para o e-mail conexaosaf@anac.gov.br indicando o interesse em se associar e de que modo a instituição pode contribuir para as discussões sobre o desenvolvimento do mercado de SAF no Brasil.
Saiba mais em https://www.gov.br/anac/conexaosaf.