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Em parceria com a consultoria global LHH, programa tem o objetivo de desenvolver competências de mulheres que atuam no setor de óleo e gás

 

O Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), em parceria com a consultoria Global Lee Hecht Harrison (LHH), acaba de lançar, no Rio de Janeiro, no Rio de Janeiro, o Programa de Mentoria de Profissionais Mulheres da Indústria de Óleo & Gás – uma iniciativa do Comitê de Diversidade do IBP. Com 17 duplas de executivas-mentoras e mentoradas, o projeto-piloto visa alavancar mulheres do setor de óleo e gás para posições de alta administração a partir do desenvolvimento de competências de liderança.

“Nosso papel é criar plataformas que ajudem a indústria de petróleo a alcançar a equidade de gênero para que, em um futuro próximo, não exista mais essa desigualdade. As primeiras mulheres do setor brigaram pelos seus direitos, quebraram paradigmas, lutaram pela posição que estão hoje. O próximo passo é pegar a experiência adquirida ao longo de todo esse processo e ajudar a nova geração a transformar em um fator de multiplicação”, disse Adriano Bastos, presidente da BP Energy Brasil.

Atualmente, a indústria de petróleo e gás tem apenas 22% de mulheres na totalidade. Considerando funções relacionadas à geologia, geofísica e engenharia, esse número não chega aos dois dígitos. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Boston Consulting Group juntamente com o World Petroleum Council, apenas 27% de mulheres entram na indústria e, destas, somente 17% chegam a cargos de liderança.

Para Mara Turolla, gerente de Desenvolvimento de Talentos e Diversidade na LHH, trabalhar com liderança feminina é gratificante. “Estamos mudando a história, colocando a humanidade em outro patamar, já que nosso trabalho impacta diretamente toda a sociedade. No que se refere ao mundo corporativo, a diversidade gera inovação e possibilita que as companhias entreguem os resultados esperados pelos acionistas”, afirmou.

Segundo, pesquisa da Bloomberg, no Brasil, desde 2010, 55% das empresas pesquisadas estão investindo em empresas lideradas por mulheres para sua cadeia de fornecedores. O objetivo é que, a partir dessa iniciativa, essa atitude cresça na sociedade como um todo”, revelou.

 

Estrutura do programa de mentoria

O programa tem algumas fases de aplicação em sua metodologia de trabalho, atualmente restam cinco delas: lançamento, preparação de mentoras e mentoradas, reuniões individuais, laboratórios e por fim, o ritual de encerramento.

As reuniões individuais e os laboratórios têm como finalidade desenvolver as competências das duplas, com uma troca constante de experiências. O primeiro laboratório terá início no dia 3 de abril e o ritual de encerramento acontecerá em dezembro deste ano. “O grande destaque desse programa é a questão colaborativa das diversas empresas do setor de óleo & gás, não dando espaço assim para competição. O objetivo aqui não é disputar mercado, mas sim fazer com que as mulheres aprendam com experiências umas das outras e consigam alcançar maior representatividade bem como posições no topo da organização. Enfim, é um movimento pioneiro e que deve transcender as questões de negócios”, explica Cristina Fortes – Diretora da Consultoria LHH no RJ , acrescentado que a equidade de gênero agrega em média 21% no lucro e afeta a imagem da empresa junto aos clientes e a sociedade.

“Queremos que as mentoradas se tornem grandes líderes e sejam inspiração para o mercado, para outras mulheres e homens. Para isso, vamos trabalhar para que cada participante possa descobrir seu estilo de liderança e como aprimorá-lo”, discursou Ana Zambelli, membro do Conselho de Administração da Petrobras.

As 17 duplas iniciais foram mapeadas utilizando a ferramenta Hogan exclusiva para mulheres, da LHH. “As duplas foram definidas pela LHH de acordo com os resultados das competências pelo Hogan, trajetória profissional e expectativas de ambas as partes. O kick off do programa teve como ponto alto a apresentação das duplas pela LHH além de um momento de interação para elas se apresentarem”, explicou Patrícia Scott, gerente executiva do Corporativo e da UnIBP do IBP.

Dados da LHH indicam que, se nada for feito para modificar o cenário atual, serão necessários 217 anos para acabar com a lacuna da igualdade de gênero, ou seja, a desigualdade entre gêneros só seria extinta somente no ano de 2235.

“Todas nós temos um momento na vida em que duvidamos da nossa capacidade, da nossa competência, mas algumas deixam o medo desestabilizar. Esses questionamentos são normais – e até saudáveis –, o problema é quando passamos a acreditar que não somos capazes”, ponderou Cristina Pinho, vice coordenadora da comissão de diversidade do IBP.“Nosso propósito como mentoras é justamente ajudar a pular etapas com essa troca de experiências, é munir as mentoradas de segurança e coragem para buscar a força que sabemos que cada uma tem dentro de si”, concluiu.

O projeto-piloto do Programa de Mentoria de Profissionais Mulheres da Indústria de Óleo & Gás conta com a participação das empresas: Petrobras, Subsea7, Aker, Baker Hughes, Schlumberger, Enauta, Equinor, BP Energy Brasil, ExxonMobil, TechnipFMC, Total E&P do Brasil, Shell, Petrogal, Chevron, Queiroz Galvão, Governo Estadual do RJ e IBP.