Em abril deste ano, a EPE lançou o estudo “O Papel do Setor de Petróleo e Gás Natural na Transição Energética”, no qual expõe como o futuro descarbonizado não é sem hidrocarbonetos e a solução para o problema climático deve incluir a indústria de petróleo e gás.
Para a transição energética avançar, portanto, é essencial ter a participação ativa do setor de O&G e, consequentemente, de novas reservas, possibilitando seu papel de garantir a segurança energética durante todo o processo.
Nesse sentido, a Margem Equatorial tem ganhado cada vez mais notoriedade, sendo chamada por alguns de “novo pré-sal” pelo seu potencial para novas descobertas, como os casos de sucesso exploratório alcançados nas bacias sedimentares na Guiana e Suriname.
É uma região que se estende por mais de 2.200 km e está situada entre o extremo norte do Amapá e o litoral do Rio Grande do Norte. Além disso, é composta por 5 bacias sedimentares: Foz do Amazonas, Para-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar.
Segundo estimativas da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, o volume de recursos de O&G na área é de cerca de 30 bilhões de barris de óleo equivalente.
As primeiras perfurações na Margem Equatorial foram realizadas na década de 1970, sem que grandes descobertas viabilizassem a produção comercial. Até o momento, a maioria das atividades exploratórias ocorreu em águas rasas.
O sucesso das atividades exploratórias com enormes reservas de petróleo na Guiana, no entanto, reforça o seu potencial em virtude de a região ter a mesma formação geológica.
A maior parte dos blocos exploratórios concedidos na região são resultado do leilão da 11ª Rodada de Licitações da ANP.
A produção de recursos de óleo e gás na Margem Equatorial será estratégica para o mercado brasileiro, pois os potenciais volumes serão fundamentais para sustentar e expandir a produção de O&G no país a partir da década de 2030, quando é esperado um declínio natural na produção do pré-sal, atualmente a principal fronteira produtiva de petróleo e gás no país.
Além disso, para que o processo de transição energética avance no ritmo desejado por todos, é necessário que a produção de petróleo e gás continue se desenvolvendo. A demanda por óleo, gás natural e combustíveis seguirá crescente nos próximos anos, e a indústria de petróleo precisa garantir a segurança energética e a oferta de produtos enquanto a transição avança gradualmente.
De acordo com cálculos do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), a exploração na região agregaria uma produção de até 1,1 milhão de barris por dia, com pico de produção em 2029. Esse volume seria o equivalente a 1/3 da produção atual total do país.
O desenvolvimento das atividades de sísmica e posterior produção na área trará grandes benefícios sociais e econômicos para o país, em especial para região Norte. A produção de óleo e gás atrairá investimentos para a região, que se traduzirão em novos empregos e aumento da geração de renda, dando um novo dinamismo à economia regional.
Com o desenvolvimento do mercado de óleo e gás na Margem Equatorial, estados e municípios serão beneficiados com o recebimento de royalties, participações especiais e impostos pagos pela cadeia produtiva, permitindo a aplicação desses recursos em políticas públicas para a melhoria da qualidade de vida da população.
O poço exploratório que deverá ser perfurado nos testes iniciais está localizado em alto-mar, a 500 quilômetros da Foz do rio Amazonas, o equivalente à distância entre Rio de Janeiro e São Paulo.
Além disso, a exploração do primeiro poço será um trabalho temporário, com a duração prevista de apenas cinco meses. Após esse período, serão feitas avaliações para decidir sobre a viabilidade e continuidade das operações.
Por ser um setor altamente regulado e fiscalizado, todos os dias são produzidos no Brasil 3,5 milhões de barris de petróleo em diversas regiões do país seguindo os requisitos técnicos e de segurança exigidos pelos órgãos reguladores, fiscalizadores e ambientais.