A diversidade de gênero vai além de uma pauta social – ela é um diferencial estratégico para a inovação e competitividade no setor de óleo e gás. Historicamente, o mercado offshore é predominantemente masculino, mas essa realidade vem mudando à medida que iniciativas de equidade de gênero ganham força e ampliam oportunidades para mulheres na indústria.
Contudo, o setor ainda enfrenta desafios significativos. A representatividade feminina em cargos de liderança segue baixa – apenas 1% dos cargos de CEO no setor de petróleo e gás são ocupados por mulheres (IOGP, 2023). Além disso, a presença feminina nas empresas do setor no Brasil ainda é limitada, com apenas 16% dos cargos em companhias nacionais de óleo e gás ocupados por mulheres (Dieese/FUP, 2022). Esses números evidenciam o longo caminho a ser percorrido para garantir mais inclusão e equidade na indústria.
No setor de energia, a diversidade tem se mostrado um fator estratégico, gerando bons indicadores de desempenho. Empresas que promovem a equidade de gênero registram um aumento de 19% na eficiência operacional e uma redução de 15% na rotatividade de funcionários, resultando em um ambiente de trabalho mais estável e produtivo (Boston Consulting Group, 2021).
Além disso, companhias de petróleo e gás com mais de 30% de mulheres em posições estratégicas apresentam melhores índices de ESG (Meio Ambiente, Social e Governança), tornando-se mais competitivas e atraentes para investidores.
Ambientes inclusivos fortalecem a cultura organizacional, estimulam a inovação e aumentam a capacidade das empresas de se adaptarem às mudanças do mercado, garantindo maior resiliência e crescimento sustentável.
Nos últimos anos, diversas empresas do setor de óleo e gás passaram a adotar programas estruturados para atrair, desenvolver e reter talentos femininos. Essas iniciativas incluem:
-Mentorias e desenvolvimento de carreira: programas voltados ao crescimento de mulheres na indústria, desde estágios até cargos de liderança;
-Recrutamento direcionado: estratégias para ampliar a contratação feminina em áreas operacionais e offshore;
-Capacitação técnica: parcerias com universidades e instituições para oferecer treinamentos e qualificação para mulheres interessadas no setor; e
-Metas de diversidade: algumas empresas já estabelecem objetivos concretos, como alcançar percentuais mínimos de mulheres em cargos de liderança.
Embora avanços significativos tenham sido alcançados, ainda existem barreiras para a ampliação da presença feminina no setor de óleo e gás. Entre os principais desafios estão:
-Um ambiente historicamente masculino, onde a representatividade feminina ainda é reduzida;
-A dificuldade de conciliar escalas embarcadas, que exigem longos períodos afastados, com a vida pessoal e familiar;
-A necessidade de investimentos em infraestrutura adequada para mulheres em plataformas e sondas; e
-Barreiras culturais que dificultam a ascensão feminina a cargos de liderança.
No entanto, pesquisas demonstram que medidas como políticas de inclusão, mentorias, recrutamento direcionado e investimento em capacitação podem acelerar essa transformação. Criar ambientes mais inclusivos e ampliar oportunidades para mulheres no setor offshore não só promove equidade, mas também fortalece a inovação e a competitividade da indústria.
A diversidade de gênero não é apenas uma tendência – é uma necessidade para garantir o futuro sustentável e inovador do setor de óleo e gás. Com o apoio de empresas e profissionais comprometidos, um mercado mais igualitário e acolhedor para todos está cada vez mais próximo.
Saiba mais sobre essa transformação aqui.
Fontes:
Boston Consulting Group – The Future of Women at Work in Energy (2021)
S&P Global – Gender Diversity in Energy: What’s Next? (2022)
World Economic Forum – Global Gender Gap Report (2022)