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Segundo dia da O&G TechWeek trouxe debate em torno da inovação em parceria com startups e no cenário do futuro do trabalho

 

As discussões em torno da aplicação da transformação digital no ambiente de negócio seguiram durante a tarde do segundo dia da O&G TechWeek (27). Para Geraldo Rochocz, CTO da Radix, transformação digital é adaptar a organização para que possa responder com agilidade às perguntas ainda não formuladas.

“Para que isso aconteça é preciso levar em consideração duas perspectivas: a de TI, que engloba a arquitetura de sistemas e a governança de dados, e a da organização e RH, que significa processos e pessoas. Resultando assim em um ambiente de negócios ágil”, afirmou Rochocz. “Com a complexidade e as rápidas transformações do mundo, as ameaças e as oportunidades surgem sem que as empresas consigam prever. No entanto, as companhias precisam ser capazes de agir e reagir rapidamente”, complementou.

A aproximação de grandes empresas de startups para a implementação de uma cultura de experimentação foi apontada por Tarcísio Romero, consultor para aceleração digital da Aveva para a América Latina, como caminho fundamental para esse processo de inovação. “A transformação digital é uma prioridade de negócio, não um projeto de TI. Por isso a necessidade de pensar grande, mas começar pequeno, com testes”, disse.

No que se refere especificamente à indústria de petróleo e gás, Lelio Souza, CEO da Intelie Vision, lembrou que o setor é crítico, com baixa tolerância a erro, mas, no entanto, passa por uma segunda onda de adoção tecnológica. O executivo apresentou dados de uma pesquisa recente da MIT Sloan e da Deloitte, que apontam para uma baixa maturidade digital da indústria (4.68 em uma escala de 10).

“A adoção de tecnologias digitais tem potencial de reduzir o capex em 20% e o opex do Upstream em 3% a 5%, o que significa mais de US$ 1 bilhão em economia de custos ou em aumentos da produção”, reforçou.

Ainda com relação ao segmento de óleo e gás, Romero mostrou as tendências digitais para os próximos anos. Hoje, o investimento das empresas está em tecnologias como big data/analytics, IoT, dispositivos móveis e cloud. Entre 3 e 5 anos, porém, os investimentos serão redirecionados para tecnologias como robótica e drone, com expectativa de aumento em 15% no investimento atual, inteligência artificial (7%) e tecnologia “vestível” (10%).

 

Aproximação com startups na prática

Pedro Leal Noce, da Raízen, apresentou o Pulse, um hub de inovação aberta que tem o objetivo de atrair startups capazes de fornecer soluções inovadoras para os desafios da companhia. No primeiro ano do programa foram 400 startups inscritas, que resultou em 15 projetos pilotos testados em campo e cinco contratos assinados.

Para Leal Noce, o campo é o maior case de IoT, com soluções conectadas de startups. “Cada vez mais, precisamos pensar em projetos rápidos e entregas pequenas para acompanhar a evolução tecnológica. Se levarmos um ano apenas desenvolvendo um projeto, as tecnologias poderão já estar obsoletas no momento da implementação”, pontuou.

No caso da Raízen, a aproximação com startups possibilitou a criação da agricultura digital. São 3.500 computadores de bordo no maquinário da companhia, um milhão de hectares monitorados por satélites e 15 drones, que atuam no controle de plantas daninhas, medição do nível de falha na cana e criação automática das linhas para colheita. “O próximo passo é expandir o Pulse e a cultura de experimentação e inovação para todas as áreas da companhia, desde a logística até o jurídico”, afirmou.

 

Transformação digital no futuro do trabalho

No final do dia, durante o painel Tech Show, Rachel Milech, associada sênior da Korn/Ferry, abordou a relevância da transformação digital no cenário do futuro do trabalho. Segundo ela, apesar dos altos investimentos em tecnologia, entre 30% e 84% dos esforços de transformação digital falham, e o principal obstáculo são as pessoas – 84% dos executivos acreditam que não tem as habilidades e a capacidade de entregar de acordo com suas ambições.

“Apenas 44% das empresas mais admiradas do mundo, como Apple e Amazon, têm os profissionais com as habilidades necessárias para executar a estratégia digital”, explicou Rachel. “É crítico para as empresas entenderem as características, competências e motivadores dos talentos internos e externos que vão ajudar a criar o futuro digital”, ressaltou.

Ainda de acordo com a executiva, o perfil de sucesso do líder digital inclui habilidades como agilidade, conectividade, disciplina e foco, empowerment e alinhamento, e abertura e transparência. Os dados são apontados pelo Korn Ferry Digital Sustainability Index, uma pesquisa realizada com 400 empresas de cinco indústrias, em 14 países.

Outro aspecto apontado por Rachel foi o perfil de um líder auto-disruptivo, que engloba capacidades de inspirar e engajar, acelerar, construir parcerias, confiar e antecipar. “O grande alerta é que apenas 15% dos líderes têm essas qualidades”, finalizou.

 

O&G Techweek 2019 acontece até quinta-feira (30), no AQWA Corporate, na região portuária do Rio de Janeiro com palestras, rodadas tecnológicas, hackathons e sessões de ideação.

A TechWeek é patrocinada pela Petrobras, Tishman Speyer, Fábrica de Startups, Repsol Sinopec, Siemens, Aker Solutions, Aveva, Deloitte, Hexagon, KPMG, Pepperl+Fuchs, Petronet, PwC e Innovaphone.

Veja a programação completa do evento em http://www.ogtechweek.com.br

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