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Abertura do mercado promove investimentos, segunda Atgás

O papel dos gasodutos na competitividade e na confiabilidade do sistema de transporte de gás natural foi destaque na plenária do segundo dia da Rio Pipeline. Os impactos da perspectiva de conexão com novas fontes de suprimento, a entrada de novos players, a partir da abertura do mercado de gás natural, e na atividade de transporte, foram alguns dos temas abordados durante o congresso.

Rogerio Manso, presidente da ATGás, ressaltou que a “abertura é feita em um mercado para promover investimentos, estimular aportes na cadeia como um todo, sem esquecer que isso anda de mãos dadas com a regulação”.

Sébastien Lahouste, presidente da Fluxys Brasil, reforçou a importância do mercado ter uma regulação clara, estável e forte. “A atividade de transporte requer regulação ativa e atenta de forma a garantir eficiência. Isso ajuda a tomar decisões de investimentos.”

Emmanuel Delfosse, CEO da EDF Norte Fluminense, destacou que o setor elétrico precisa de energia competitiva e segura. “Nesse contexto, as termelétricas podem ajudar pelo vetor econômico. Do ponto de vista de entrega, as termelétricas têm maior firmeza e segurança.”

Thiago Arakaki, diretor de Gás Natural da Galp, reforçou a importância do setor de transporte para o mercado como um todo. “É consenso entre produtores que o transporte tem que ser o veículo entre a demanda e a oferta.”

Do ponto de vista do órgão regulador, Heloise Costa, assessora da diretoria da ANP, pontuou que a atividade de regulação não se restringe somente a regulamentar, mas envolve também a fiscalização. “No processo de abertura, precisamos lidar ainda a autorização de novos comercializadores, chamadas públicas, ter um olhar amplo para que essa engrenagem funcione e tenhamos bons resultados.”

Gás para a descarbonização da indústria

Reforçando a importância do gás natural para a descarbonização do setor industrial e de transporte durante o CEO Talks, Gustavo Labanca, CEO da TAG, afirmou que “Podemos trocar os processos industriais a carvão por gás, o transporte de cargas e passageiros também pode ser descarbonizado pelo gás natural e a TAG tem ações robustas para se descarbonizar”.

Perguntado sobre os relevantes investimentos que precisam ser feitos para alavancar o transporte de gás através de dutos, Labanca citou os dados da EPE que mostram que apenas 30% da tarifa final paga pelos consumidores, é em função da infraestrutura de movimentação em terra. “Temos que prestar atenção na divisão dos custos: 50% está no preço da molécula e 20% são tributos, 13% é transporte e 17% distribuição, então não é o transporte o principal preço pago pelo consumidor final”, afirmou o executivo.

Labanca falou também sobre a importância da abertura do mercado de gás e da entrada de novos players no mercado: “Nos últimos dois anos na TAG, podemos perceber uma evolução muito grande. E temos ainda muito trabalho para fazer com coordenação, alinhamento e esforço de toda a cadeira”, disse.

Segurança em dutos

A discussão sobre segurança e gerenciamento de riscos associados à operação de dutos de transporte foi destaque no evento. Alexandre Glitz, consultor do Chemical Center for Process Safety (CCPS), disse que “estamos reforçando aqui a importância do tema classe de locação para a gestão da integridade e segurança operacional”.

Enquanto Erica Oliveira, da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, explicou que a agência decidiu “após falar com agentes do setor, receber projetos pilotos fundamentados em normas internacionais baseados em gerenciamento de risco”.

Pedro Géa, coordenador de integridade da NTS, que tem uma malha de mais de 2 mil km de gasodutos, declarou que a empresa enfrenta os problemas de mudança de classe de locação com investimento em tecnologia. “Fazemos avaliações da malha com imagens de satélite e estudos que projetam como ficará o em torno do gasoduto, o que vai mudar e o que pode ser feito a respeito.”

Uma vez que o objetivo da classe de locação é proteger o duto da ação de terceiros, Vicente Thiago, gerente de integridade de ativos da TBG, lembrou que em algumas regiões residências e indústrias foram construídas muito próximo dos gasodutos. Neste cenário, ele enfatizou a importância de regras governamentais para o uso e a ocupação dos solos, como forma de proporcionar mais segurança para todos.

A Rio Pipeline 2023 tem patrocínio master da Petrobras; o patrocínio platinum da Transpetro, NTS, TAG e TBG; o patrocínio ouro da Tenaris; patrocínio bronze da PRIO; patrocínio cobre da GERDAU, Álvaro Aguiar Engenharia, Solar Turbines, Tory Tech; patrocínio Premium Arena da DNV e SLB/ENIVIBES; patrocínio Special Arena da Geogas, Rosen, Optasense e TDW, parceria de mídia do Pipeline Technology Journal e da epbr; apoio de mídia da Petro&Química, TN Petróleo e World Pipelines; apoio institucional da ABCM, AbeGás, Abemi, AbesPetro, Abendi, ABH2, Abimaq, Abitam, Abraco, Abramam, Arpel, Atgás, Brazil-Texas Chamber of Commerce, CTDUT, CTFF, YPI e YPP. Além disso, o evento conta ainda com o apoio do Governo Federal.