Realizados pelo IBP, os dois eventos aconteceram simultaneamente, abordando os principais impactos da digitalização e da segurança para a indústria e sociedade
Rio Automação
O primeiro dia do Congresso Rio Automação foi marcado por um grande debate em torno da transformação digital, em todas as esferas da indústria de petróleo e gás, desde o negócio até a força de trabalho.
André Clark, CEO da Siemens Brasil, declarou na plenária de abertura que o plano de negócios hoje é sobre dados e a automação e a instrumentação passaram a ser prioridade nas empresas. “Nós somos protagonistas do próprio futuro e o momento é singular, por isso, estamos firmes no nosso propósito de desenvolvimento do setor”.
Para Augusto Borella, gerente geral de Transformação Digital da Petrobras, “o processo de transformação digital visa a transferência operacional para máquinas e priorização humana em atividades mais estratégicas e inspiradoras”. Ainda para ele, “o desafio da indústria é garantir as condições dessa transformação investindo em formação, treinamento e capacitação de mão de obra, com mudança de atitude e processos para melhor aproveitar esse ambiente exponencial e inovador, onde o uso de tecnologias no setor de óleo e gás proporcione a possibilidade de atuação remota, aumento da segurança e redução de custos”.
A transformação digital também tem grande impacto sobre a segurança operacional. Segundo Vitor Kiem, CEO MSA Safety, “à medida que a empresa offshore se torna digitalizada, ferramentas como análise de dados, inteligência artificial e computação cognitiva otimizam as operações e a segurança, pois com a integração de ativos, captura de dados e sistemas de análise preditiva, é possível analisar uma grande quantidade de informações sobre potenciais riscos, aumentando a segurança exponencialmente”.
O impacto da transformação digital na força de trabalho também permeou grande parte das discussões, o Career ThinkTank reuniu líderes de RH de grandes players da indústria de petróleo e gás para apresentar as demandas de perfis para contratação no setor e identificar as lacunas de conhecimentos que precisam ser preenchidas pelo mercado e pela academia.
No painel “A transformação digital como ferramenta para eficiência operacional”, o tema voltou ao centro de debate. De acordo com Tarcísio Romero de Oliveira, Digital Acceleration Consulting da Aveva para América Latina, “o caminho para a transformação digital vai muito além da digitalização. A transformação ocorre a partir da renovação do trabalho, possibilitada pela digitalização. Estamos falando, necessariamente, de pessoas, processos e tecnologias, nessa ordem”.
O Congresso Rio Automação é patrocinado pela Petrobras, Aveva, Siemens, Honeywell, KPMG e MSA Safety, com apoio da Dassault Systems, ABCE e ISA Rio de Janeiro.
COTEQ
Organizada pelo IBP, em parceria com a ABENDI, ABCM, ABRACO e FBTS, a 15ª edição da Conferência sobre Tecnologia de Equipamentos (Coteq) também trouxe em sua plenária de abertura debates que permearam a segurança e eficiência da indústria, a transformação digital e a inclusão social. De acordo com Tânia Cosentino, presidente da Microsoft Brasil, “a importância da convergência entre de IT (Information Technology) e OT (Operation Technology) para otimização dos negócios e a inteligência artificial, podem e devem ser usados para acelerar o desenvolvimento de negócios, promover modelagens e simulações, aumentar a segurança e otimizar as operações de fabricação”.
Tânia também ressaltou a necessidade de atração de mulheres para atuar na área tecnológica, o que hoje corresponde a apenas 20% da força de trabalho. A executiva também destacou a crescente demanda por profissionais capacitados para atender a indústria de tecnologia. “Estudos do IDC (International Data Corporation) indicam que há meio milhão de vagas em aberto que não conseguimos atender até 2021. Isso porque, anualmente, formamos 40 mil profissionais na área de tecnologia, porém a demanda é de 70 mil profissionais. Ou seja, existe um grande gap para o mercado de trabalho”.
A presidente da Microsoft Brasil afirma que o país precisa se atentar a dois fatores essenciais nesta retomada de crescimento econômico: a falta de energia e de pessoas qualificadas. “Como a gente embarca a diversidade e aumenta o pool de talentos? Como requalificamos rapidamente os profissionais para trabalhar neste novo mercado? E como conseguimos reter as pessoas no setor de óleo e gás para que elas possam adquirir o expertise necessário?”
José Firmo, presidente do IBP, ressaltou durante a abertura sobre a relevância do investimento em novas tecnologias pela indústria brasileira. “Nesse momento de transição do setor de óleo e gás e de grandes desafios, é essencial investir em inovação e tecnologia. Se nossos projetos não conseguirem promover um ambiente competitivo, todos os recursos migrarão para outros negócios, como o shale gas americano. O mundo está se transformando e essas mudanças também chegaram para o nosso setor”.
Durante o primeiro dia de congresso da Coteq, as sessões técnicas e especiais contaram com uma programação voltada para a integridade de equipamentos e eficiência operacional das instalações industriais, inspeção em tanques de armazenamento, preparação de superfícies metálicas, certificação de PH NR-13, integridade de equipamentos na visão de segurança de processos, caldeiras e vasos de pressão de produção seriada certificados conforme portarias do Inmetro e reparos e alterações em vasos de pressão e caldeiras.
O evento é patrocinado pela Petrobras, Eletronuclear e PetroRio, com apoio da AbesPetro, ABIMAQ, ABNT, Abraman, Abrisco, Asarendi, CCPS, Sistema Firjan, ICZ, Metalmat, Plural, Sebrae, SindiGas e YPP-Brazil.