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A promoção de um mercado competitivo pelo midstream do gás natural foi foco da última edição do Fora de Hora, série de webinars promovidos pelo Comitê Jovem do IBP. A transmissão foi realizada no dia 28 de outubro e está disponível na íntegra no canal do IBP no Youtube.

A programação do encontro teve a presença de Camilo Muñoz, Gerente Regulatório da NTS e membro do Comitê Jovem, que apresentou um panorama sobre o mercado de gás natural no Brasil, que ainda está em desenvolvimento, e os desafios para o transporte do hidrocarboneto.

“Existe um foco grande em começar a abrir o mercado pelo midstream, que rapidamente foi identificado como um potencial gargalo logístico. Então, se você quer abrir um mercado, se quer permitir que oferta e demanda se falem, tem que ter a logística que viabilize isso”, explica o especialista.

Além da lei nº 11.909/09 e da Nova Lei do Gás Natural – aprovada pela Câmara dos Deputados em setembro e, atualmente, em tramitação no Senado – as quais já reconheciam a importância de se discutir o transporte, Muñoz apontou que o regime de entrada e saída foi outro marco regulatório importante para o setor de gás natural. O modelo permite que carregadores contratem o acesso a hubs virtuais de entrada (venda) e saída (compra) da molécula e negociem a contratação de acordo com a quantidade de hidrocarboneto demandada pelo cliente, trazendo liquidez, diversificação da oferta, competitividade e integração do mercado, entre outras vantagens.

O modelo já é amplamente difundido em vários países da Europa. Segundo o especialista, no Brasil, é preciso iniciar o processo com múltiplas áreas de mercado para, depois, seguir para um programa de transição para uma área única. No país, o primeiro passo é viabilizar três áreas de mercado iniciais – uma para cada transportadora: NTS, TAG e TBG.

“Quando chegarmos na área de mercado única, efetivamente qualquer pessoa que tiver comprado capacidade de entrada na malha vai poder vender gás para qualquer consumidor no Brasil inteiro. Do mesmo jeito, qualquer consumidor que tiver comprado capacidade de saída da malha brasileira vai poder comprar gás, que vai poder vir do pré-sal, da Bolívia, do GNL ou de qualquer outra fonte”, afirma.

Segundo ele, o resultado virá com o tempo, mas é preciso seguir todas as etapas de implantação. “Todo mundo está com pressa, mas a recomendação de quem já passou por isso sempre é ter cuidado e não acelerar demais o processo, porque pular etapas ou tentar, por exemplo, ir direto para uma área única é prejudicial. Vamos fazer isso com segurança, com maturidade, até porque o próprio mercado de molécula precisa acompanhar essas evoluções”, concluiu.

No ar desde abril, o Fora de Hora é promovido pelo Comitê Jovem do IBP e busca debater temas relevantes para o setor sob a perspectiva dos jovens profissionais, como diversidade na indústria, transição energética, descomissionamento e sustentabilidade, entre outros. Confira a página do evento.