Notícias

Garantir a diversidade no ambiente de trabalho, a começar pela inclusão profissional de mulheres, negros, LGBTI e outras minorias, pode gerar uma série de benefícios para muitos setores da indústria. E não seria diferente para os players da cadeia de óleo & gás. Com essa perspectiva, o Comitê Jovem do IBP realizou ontem mais uma edição do webinar “Fora de Hora”.

A discussão destacou a importância de as empresas buscarem uma reflexão da pluralidade da sociedade na formação de seus times, considerando fatores como gênero, idade, nacionalidade, posição social e orientação sexual. Para Thaise Temoteo, do IBP, que fez a abertura do painel virtual, o tema é amplo e envolve múltiplas dimensões, como a valorização das diferenças, a promoção do respeito e de oportunidades profissionais para todos.

Integrantes do Comitê Jovem, Talita Alves e Ludmila Sampaio fizeram a moderação do debate, que teve a participação de Fernando Carneiro, gerente de RH da Chevron, e Iane Moreira, consultora sênior de RH da Repsol Sinopec Brasil.

“O debate sobre diversidade e inclusão na indústria de O&G, historicamente formada por homens, é bem-vindo”, disse Talita. Já Ludmila lembrou que o Comitê tem avançado no objetivo de trazer essa visão para as discussões: “Apesar de estarmos num ponto histórico de convergência da agenda de diversidade, no mundo todo, os desafios são ainda maiores”.

Representante da Repsol Sinopec Brasil, Iane Moreira destacou as vantagens que as empresas têm ao adotar uma cultura de inclusão e diversidade. “Além de um compromisso com a sociedade, ligado à sustentabilidade global, isso tem tudo a ver com inovação; traz criatividade, variedade de experiências, promove a atração e a retenção de talentos”, explicou. Ela lembrou estudos que mostram ganhos financeiros até 36% superiores nos resultados de empresas com essa visão na política de gestão de pessoas.

Iane mostrou alguns dados sobre diversidade na RSB, que tem a maioria da diretoria composta por mulheres e 11 nacionalidades diferentes entre seus colaboradores, e citou algumas iniciativas do grupo Repsol a nível global para fomentar um ambiente de trabalho inclusivo e psicologicamente seguro para todos. A companhia promove ações de desenvolvimento pessoal e profissional e o aprendizado sobre temas como ética e conduta, superação de barreiras e vieses inconscientes.

Já Fernando Carneiro, da Chevron, afirmou que o preconceito ainda existe no mundo corporativo, mas é preciso entender que respeito, engajamento e oportunidades de crescimento para todos são fundamentais. “Esse tema já entrou formalmente na pauta das empresas, a corporação opera melhor como um todo quando tem esse engajamento”.

O gerente mencionou alguns programas da multinacional voltados para o empoderamento de negros, LGBTI, latinos e mulheres, como as redes de relacionamento gerenciadas por empregados voluntários e a realização de processos seletivos por comitês representativos. A Chevron criou inclusive um cargo global de Chief Diversity Officer (CDO), que responde por esses temas na corporação. “Reconhecemos osos desafios e não temos todas as respostas. Mas sabemos qual é o caminho e aprendemos mais um pouco a cada dia”, concluiu Fernando. As iniciativas já renderam à empresa duas premiações na área: Melhores Empresas para Mulheres 2019, editado pela Forbes, e Melhores Empresas para Pessoas com Deficiência 2019, pela Disability Equality Index.

O Comitê Jovem do IBP já agendou outras edições mensais do Fora de Hora com diversos temas da indústria de energia, sempre reunindo profissionais das empresas associadas, que ficam à disposição para responder a dúvidas e questões. O calendário 2020 inclui, até dezembro, Logística do Mercado de O&G, Transição Energética, Sustentabilidade na Indústria de O&G, Engenharia de Produção Offshore, Descomissionamento e Redesenvolvimento de Campos Maduros.