O Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) deu início na última segunda-feira, 19/03, aos debates que serão apresentados durante a Rio Oil & Gas 2018, que acontecerá entre os dias 24 e 27 de setembro, no Rio de Janeiro. Em uma conversa com Adriano Bastos, presidente da BP Brasil, e Mauro Andrade, vice-presidente de Supply Chain da Statoil no Brasil, o primeiro evento de aquecimento para a conferência abordou questões como a retomada da indústria e a reconstrução dos elos da cadeia, inovação, transição para uma economia de baixo carbono e a importância da capacitação de mão de obra.
“A Rio Oil & Gas cresceu em tamanho e relevância, além de ser o maior evento do setor da América Latina. Isso mostra a importância do Brasil no mercado de exploração e produção. Para a Statoil, o país é uma área estratégica, sendo o segundo maior mercado da companhia, junto com os Estados Unidos. Temos planos para as próximas três ou quatro décadas no Brasil”, afirmou Mauro.
As transformações vividas pela indústria de petróleo nos últimos anos vão mudar também a realidade do setor, que deixará de ser capex – focado nos grandes investimentos – para se tornar opex – focado nos gastos com contratação de serviços – é o que acredita Milton Costa Filho, secretário-geral do IBP. Já para Adriano Bastos, o momento de retomada é positivo não só para o setor, mas também para o país. “Os desinvestimentos da Petrobras, por exemplo, abrem novas possibilidades para startups e pequenas empresas”, disse.
Desafios da indústria
Durante o encontro, os executivos apontaram ainda os principais desafios para os próximos anos, e ambos sinalizaram a importância da qualificação e manutenção da mão de obra, que foi em busca de outras oportunidades a partir da crise. “Perdemos cérebros não só para o exterior, mas também para outros segmentos”, concluiu Andrade. Bastos apontou também a necessidade de reconstruir a cadeia de suprimentos brasileira, mencionando que alguns segmentos praticamente desapareceram no país após a crise do petróleo.
Outro ponto destacado por Mauro Andrade foi a relevância do segmento subsea, que precisa de atenção nesse momento de retomada, para a competitividade do Brasil. “Hoje, o segmento de subsea é competitivo no Brasil, mas está atuando com margens pequenas e baixa utilização das fábricas. Precisamos que esse segmento sobreviva, pois será a principal fonte de conteúdo local quando as empresas de petróleo começarem a comprar novamente. Se isso não durar, teremos um problema”, sentenciou.
No quesito inovação, Andrade acredita que o maior desafio brasileiro está no desenvolvimento de uma estrutura adequada para transmissão de dados em alta velocidade. Já Bastos ressaltou a necessidade de pensar à frente. “Ainda que tenhamos mudado nossa forma de se comunicar e se relacionar, a indústria de petróleo usa há 100 anos a mesma tecnologia de perfuração. O 4.0 já chegou, precisamos pensar agora no 5.0 e no 7.0, o que vem à frente”, disse.
Até a realização da Rio Oil & Gas 2018, no final de setembro, o IBP irá promover novos encontros exclusivos e presenciais com executivos, patrocinadores e expositores da conferência para bate-papos sobre o futuro da indústria.