O presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Roberto Ardenghy, apontou que o petróleo continuará necessário para o mundo, e o que é preciso fazer para fomentar a transição energética, é dar competitividade às energias renováveis, para que sejam viáveis e maduras para o fornecimento da matriz, durante painel no XI Seminário sobre Matriz e Segurança Energética Brasileira e o 16º BEP – Brazil Energy Power organizados pela FGV, nesta quinta-feira (28/9), no Rio de Janeiro.
Ardenghy ressaltou o papel de destaque do Brasil no processo de transição. “O combustível da transição é a tecnologia. E o Brasil é exemplo mundial nesse setor. Um dos poucos países do mundo que detém grandes reservas de óleo e gás e tecnologias para levar o país a um patamar avançado na transição energética justa”, enfatizou.
O presidente do IBP destacou também o apoio do setor de óleo e gás a iniciativas de descarbonização do governo federal que debate a construção de projetos de Lei sobre eólicas offshore; captura e armazenamento de carbono e, por último, o mercado de carbono. “Avaliamos como positivo e a indústria está apoiando e contribuindo com emendas para que possamos criar um mercado em que compensações possam ser feitas. Essa é uma importante discussão”.
O CEO da Enauta, Decio Oddone, mostrou que o avanço do setor de exploração e produção do setor de óleo e gás brasileiro só foi possível em razão dos grandes investimentos nos últimos 20 anos. “Essa transformação ocorreu porque modernizamos a nossa indústria. A Lei do petróleo, a atração de capital e modernização e internacionalização da Petrobras permitiram que o Brasil se preparasse para a onda de investimentos nos últimos anos e atingisse a produção de 3,5 milhões de barris/dia atual. Espero que esse desenvolvimento que tivemos no O&G, tenhamos também no segmento de energias renováveis”, concluiu.
Heloisa Borges, diretora de Petróleo, Gás e Biocombustíveis da EPE, disse que o Brasil tem papel fundamental em um futuro descarbonizado pela sua matriz diversificada e sua grande capacidade de inovação. “O Brasil é player estratégico porque possui tecnologia e uma cadeia de fornecedores importante que podem ajudar o país”.
Já João Correa, Country Manager & Legal Representative da TGS e Líder do Comitê de Licenciamento Ambiental | Amcham Rio, afirmou que o caminho é a busca pela sustentabilidade, para que a transição energética venha de forma segura. “Estamos vivendo um momento positivo para seguirmos firmes na transição energética. Temos que explorar ativos e buscar uma forma de que os licenciamentos ocorram de forma segura”, refletiu Correa.