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O Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) apresentou o workshop “Implantação e Avaliação de Programas de Compliance”, que contou com a ex-consultora do Departamento de Justiça Norte-americano, Hui Chen, como palestrante convidada. Autora do documento “Avaliação de Programas de Compliance de Empresas” (Evaluation of Corporate Compliance Programs), Chen falou sobre os principais desafios da implantação e avaliação de programas de compliance, de acordo com as leis e diretrizes internacionais de prevenção da corrupção.

“Existe uma percepção de que os Estados Unidos possuem uma área de compliance mais sofisticada e mais desenvolvida e eu acredito que isso possa ser verdade. Se compararmos as 100 maiores companhias dos Estados Unidos com as de qualquer outro lugar, eu me arriscaria a dizer que as americanas possivelmente teriam sistemas mais desenvolvidos”, disse Chen. “No entanto, as diferenças não são tão grandes quanto as pessoas pensam, pois estamos falando de mercados grandes em lugares como o Brasil e os Estados Unidos. Não quero generalizar, mas mesmo que os EUA estejam à frente não é tanto quanto as pessoas pensam”, concluiu.

O investimento em programas de compliance tem sido uma das prioridades de muitas empresas, especialmente após a promulgação da Lei Anticorrupção, em 2014, estabelecendo padrões mais altos por parte do setor privado quanto às responsabilidades perante o setor público e a coibição de práticas lesivas à administração pública nacional. “A demanda por especialistas para trabalhar nesse segmento é enorme, pois se trata de uma das áreas que mais cresce na atualidade”, afirmou Mauricio Bove, gerente jurídico do IBP.

Para Hui Chen, características como senso comum, estrutura e inteligência social são fundamentais para os profissionais que buscam trabalhar na área de compliance. “Seja muito cuidadoso no que faz e seja muito claro ao definir os objetivos e como irá medir o sucesso. Lembre-se de que é preciso demonstrar resultados concretos que estejam dando retorno aos investimentos feitos. Esse retorno pode não ser medido em termos tradicionais, mas o departamento de compliance deve mostrar resultados como qualquer outra área funcional da empresa”, explicou a especialista.

Também participaram do workshop representantes do Ministério da Transparência e CGU. Renata Figueiredo, coordenadora-geral de Integridade, Pedro Ruske Freitas, auditor Federal de Finanças e Controle, e Tatiana Petry, auditora Federal de Finanças e Controle, são responsáveis pela avaliação de programas de integridade e negociação dos compromissos de conformidade no âmbito de acordos de leniência.