Mercado de crédito de carbono gera negócios florestais; no campo da diversidade, IBP firma parceria com Universidade Zumbi dos Palmares
O desenvolvimento de projetos para a geração de créditos de carbono e ações para reduzir emissões de gases do efeito estufa foram destaques no primeiro dia do ESG Energy Forum, evento realizado pelo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás Natural (IBP) pela primeira vez. As atividades começaram nesta terça-feira, dia 20/6, no Rio de Janeiro.
No painel “NBS – Potencial dos Ativos Ambientais no Mercado de Carbono”, David Canassa, CEO da Reservas Votorantim, apresentou soluções de crédito de carbono por meio de tecnologias de projetos florestais. “Temos não apenas que manter as nossas florestas, mas também plantar florestas de mata nativa. O Brasil tem potencial enorme para geração de crédito de carbono a partir desta atividade”.
Bruno Brazil de Souza, da Verra, consultoria em desenvolvimento sustentável, destacou o potencial do mercado de carbono. “Hoje, o mercado de carbono neutraliza apenas 1% da emissão global”.
Viviana Coelho, gerente executiva de mudanças climáticas da Petrobras, enfatizou ações da companhia para mitigar emissões por meio do aumento da eficiência operacional. Como exemplo, ela citou que o refino da companhia operava intensidade de gases do efeito estufa de 43kg por CO2 e atualmente está em 37kg. A meta é chegar em 30Kg por CO2, em 2030.
O Subsecretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação da Prefeitura do Rio de Janeiro, Marcel Grillo Balassiano, ressaltou que a expectativa nos próximos dois anos é movimentar U$S 100 milhões em crédito de carbono. “Recentemente aprovamos a Lei do ISS neutro e criamos um fundo para empresas abaterem o ISS, reduzido de 5% para 2%”.
As lideranças do setor de energia se reuniram para discutir a importância das agendas ESG para o desenvolvimento estratégico e sustentável de suas companhias durante o painel “As lideranças ESG no setor de O&G”. “Quando pensamos em sustentabilidade estamos falando de clima, bem estar das pessoas e criação de valor com a sociedade”, disse Charles Fernandes, Country Chair & Diretor Geral da TotalEnergies EP Brasil.
Atualmente, a TotalEnergies possui um índice de energia com 90% de óleo e gás e 10% de renováveis e novas moléculas. Para 2050, a estimativa é que sejam 75% de energias renováveis e novas moléculas e 25% para óleo e gás. Para atingir esta meta, a empresa tem direcionado os seus investimentos para cada vez mais para energias renováveis. Em 2022, foram destinados US$ 16 bilhões, dos quais US$ 4 bilhões foram para renováveis e novas moléculas. Em 2023, a estimativa é atingir US$ 5 bilhões.
Daniel Elias, CEO & Country Chair da Petrogal Brasil, disse que a empresa possui ainda uma meta de descarbonização até 2050. Nesse contexto, o Brasil possui uma geografia muita competitiva a nível global, tendo em vista que a produção brasileira é metade da intensidade de carbono mundial.
As ações da indústria de óleo e gás no campo da Diversidade e Inclusão (D&I) também foram um dos temas mais importantes do primeiro dia do evento, quando o IBP e a Universidade Zumbi dos Palmares anunciaram a assinatura de um acordo de cooperação entre as duas instituições com o objetivo de fortalecer a D&I na formação de pessoas pretas para o setor.
“Estou otimista. Não imaginava que essas discussões chegariam aqui, nesta indústria, por meio da assinatura de um acordo de cooperação. Agora, este é um assunto de branco no que diz respeito a vocês cumprirem com o papel de ajudar a alavancar os processos internos das empresas”, salientou o professor José Vicente, Reitor e Diretor Geral e Acadêmico da Universidade Zumbi dos Palmares.
Durante o painel “O mar é delas e a maré está para todes – conheças as iniciativas de diversidade e inclusão para o setor de energia”, foram compartilhadas iniciativas da agenda ESG. “Precisamos estimular a ascensão de mulheres pretas na nossa indústria. Podemos nos basear no nosso modelo de mentoria feminina, criando grupos de afinidade com os temas pertinentes de Diversidade e Inclusão, como o nosso de mentoria feminina”, afirmou Karen Cubas, Gerente da UnIBP.
Outro destaque foi a necessidade de criar vagas para grupos minorizados e, ao mesmo tempo, manter um ambiente acolhedor, por exemplo, para profissionais LGBTQIAPN+, em especial, as pessoas trans. “As companhias têm que criar um ambiente de confiança para que essas pessoas se sintam à vontade para falar”, explicou Fernanda Barbosa Diniz, procuradora do Trabalho do Ministério Público do Trabalho.
O ESG Energy Forum é um evento do IBP com patrocínio da Petrobras, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), SBM Offshore, Shell, TotalEnergies, BlueShift Brasil, ExxonMobil, Ipiranga, PetroRecôncavo, Repsol Sinopec Brasil, Trident Energy, Naturgy, SLB, Mattos Filho Vibra, Constellation, OceanPact, Aker Solutions e Porto do Açu. Além do apoio do Governo Federal, o evento conta com a parceria de mídia da epbr, apoio de mídia da Brasil Energia, TN Petróleo e da Petro&Química, e apoio institucional da Proactiva.
O evento acontece até esta quinta-feira, dia 22 de junho, no Rio de Janeiro. Mais informações no link.