A indústria de óleo & gás acaba de ganhar um novo representante de peso, que atuará como voz técnica na discussão e proposição de temas dos setores de downstream e midstream, que englobam a produção, importação, logística e distribuição de combustíveis. A Associação Brasileira de Downstream (ABD), abrigada pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (IBP), foi constituída nesta terça-feira (16.06), em assembleia virtual, e teve aprovado seu Estatuto Social, os membros de seus conselhos de administração e fiscal, entre outros itens. A ABD terá sede no atual escritório do IBP, no Rio de Janeiro.
Para Clarissa Lins, presidente do IBP e eleita também como representante no Conselho de Administração da ABD, a associação nasce em um momento oportuno de transição do mercado, a despeito de todas as condições adversas trazidas pela pandemia de Covid-19. “Este é um momento histórico e exigiu muita dedicação do IBP e dos representantes das empresas associadas. Criada a partir dos mais modernos princípios de representação empresarial defendidos pelo IBP, a ABD pretende discutir e criar uma visão sistêmica para o mid e downstream, repensando o modelo de atuação do segmento de refino, logística e distribuição de combustíveis e lubrificantes em um novo ambiente, com pluraridade e liberdade entre os agentes, moderno, competitivo, justo e sustentável”, explicou.
Ética e transparência, apoio a um mercado competitivo e dinâmico, respeito aos contratos e proteção à marca, segurança jurídica, segurança das operações e dos investimentos, equidade tributária e combate à irregularidade são alguns dos princípios da Associação, que se propõe a reunir agentes econômicos diversos, com voz e representatividade, como refinadores, centrais petroquímicas de 1ª geração com produção de derivados, operadores logísticos, distribuidoras de combustíveis, produtores de lubrificantes e aditivos.
Associadas e conselheiros – Nesse primeiro momento, a ABD nasce já com 15 associadas: Petrobras, BR Distribuidora, Braskem, Ipiranga, Raízen, Transpetro, Cattalini, Iconic, Lubrizol, Moove, Petronas, Prumo, Ultracargo e YPF e pretende, ao longo dos próximos meses, atrair e reunir novas empresas dos diferentes segmentos da cadeia de downstream.
Para o Conselho de Administração da Associação Brasileira de Downstream foram eleitos, além da presidente e representante do próprio IBP, Clarissa Lins, Cláudio Mastella (gerente executivo da Petrobras), Marcelo Araujo (presidente da Ipiranga), Rafael Grisolia (CEO da BR Distribuidora), Ricardo Mussa (presidente da Raizen), Roberto Simões (diretor presidente e membro do CA da Braskem), Marcos Benício Antunes (diretor de dutos e terminais da Transpetro), José Paulo Fernandes (diretor presidente da Cattalini) e Leonardo Linden (CEO da Iconic). Já o Conselho Fiscal reúne Fábio Martins Jorge (controller da Cattalini), Luís Cláudio Bispo (gerente de contabilidade da BR Distribuidora), e Marlis Silva (gerente de controladoria do IBP).
Histórico – Vale destacar que o IBP vem há muitos anos atuando no mid e downstream, desde que criou sua primeira comissão de refino. Com o crescimento do upstream (E&P) no país, o IBP passou a atuar mais fortemente na parte regulatória desta área, e as atividades em downstream foram focadas na gestão do conhecimento e embasamento técnico para regulação, por meio da condução de comitês sobre dutos, combustíveis, lubrificantes, petroquímica, asfalto, GLP, logística, dentre outros.
Depois de recentes acontecimentos no mercado brasileiro de O&G – notadamente o anúncio da política de desinvestimentos da Petrobras, em 2016, -, o IBP decidiu voltar a ter uma atuação mais ampla no segmento, o que inclui a representação do setores de mid e downstream com uma visão sistêmica de toda a cadeia.
Prioridades – Recentemente, o Steering Comittee de Downstream do IBP, formado por CEO´s de empresas associadas, definiu as diretrizes para a atuação da nova ABD, bem como os principais tópicos de sua agenda. A garantia do abastecimento é o primeiro tema, uma prioridade máxima que ampara os demais. A seguir, e entendido como fundamental para a atração de investimentos e desenvolvimento do setor, será dada ênfase a uma profunda revisão do modelo tributário de toda a cadeia de valor de O&G. Outros pontos críticos de que tratará a ABD são: a logística, especialmente no que tange à disponibilidade de infraestrutura para atender ao crescimento econômico futuro; as questões de regulação e legislação; e por fim, mas não menos relevante, o combate ao mercado ilegal de combustíveis, que produz uma série de distorções competitivas e prejuízos à sociedade com enorme impacto aos cofres públicos e ao consumidor final.
A partir de agora, por meio da Associação, e a partir de um plano de engajamento com representantes do governo, do Poder Legislativo e dos reguladores, o IBP se propõe a envidar os esforços necessários para a construção de um novo mercado de combustíveis e lubrificantes, cada vez mais dinâmico e competitivo.
Assim, o IBP se posiciona de modo definitivo como ator relevante na construção de um mercado de óleo e gás competitivo, contemplando os diversos elos da cadeia de valor, atraindo investimentos e criando valor para toda a sociedade brasileira.