O presidente do IBP, José Firmo, ressaltou a relevância da indústria de óleo e gás do país e a necessidade de aproveitar a “janela de oportunidade” para converter as reservas do pré-sal em riqueza para toda a sociedade e empregos, durante o evento promovido pelo IBP em parceria com o Grupo de Economia e Energia da UFRJ e o Columbia Global Centers – Rio de Janeiro.
Firmo reiterou que em essa “janela” se encurta com as previsões do mundo atingir o pico de demanda entre 2030 e 2050. Para não desperdiça-la, diz, é necessário que o País avance rumo a uma ampla reforma tributária que abarque vários setores e melhorias na regulação do setor – esfera na qual já ocorreram avanços como a implementação de um calendário fixo de leilões.
Convidado especial do evento, o diretor do Programa de Petróleo do Centro de Política de Energia da Universidade de Columbia (Nova Iorque), Antoine Halff, afirmou que “o Brasil pode sair vencedor nesse cenário de transição energética e pode ser um dos cinco maiores produtores de petróleo no mundo” graças ao pré-sal, que é competitivo mesmo frente ao shale oil americano.
Halff disse ainda que o Brasil está em vantagem na qualidade de reservas e na estabilidade de regras, se comparado com competidores da América Latina, como México e Venezuela, respectivamente.
Sobre quando se dará o pico de demanda, Halff afirmou que existem diversas projeções e não há um consenso – as mais conversadoras apontando para 2050; as mais alarmistas já para meados da próxima década. “Não temos certeza, mas vemos no horizonte uma desaceleração do consumo de petróleo com o advento de novas fontes e energia”.
Halff ponderou ainda que menos de 25% do petróleo se destina ao consumo em veículos de passageiros. Assim, apesar das incertezas sobre a demanda futura, os demais usos do petróleo e crescimento da demanda energética dos países asiáticos, principalmente Índia e China, serão importantes fatores para sustentar o consumo global de petróleo.