A sustentabilidade e o papel da indústria de óleo e gás no alcance dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU foram tema da edição de setembro do Fora de Hora, série de webinars promovidos pelo Comitê Jovem do IBP. O evento foi transmitido gratuitamente no último dia 30, e o conteúdo está disponível, na íntegra, no canal do IBP no YouTube.
Ao abordar a história e o conceito de sustentabilidade, Ylana Gomes, analista comercial na Constellation e membro do Comitê Jovem do IBP, apresentou alguns dos fatores do mercado que têm contribuído para a readequação na forma de fazer negócios, como as gerações Y e Z, que têm uma rejeição às indústrias que não contribuem ativamente para a sociedade.
“O objetivo da empresa, agora, passa a ser gerar valor – não só lucro – para os stakeholders, não para os shareholders apenas”, afirmou Ylana, que também ressaltou o papel do próprio mercado financeiro nessa mudança, com a cobrança de maior transparência das empresas e a influência na implementação da agenda ESG (sigla em inglês para environment, social and governance).
Aproveitando esse gancho, Gabriella Brancaccio, analista de QSMS na Constellation, falou sobre os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU e metodologias que ajudam as empresas a integrá-los aos seus negócios. Além de fazer um alerta sobre as práticas de green washing – que se baseia na utilização de marketing para transmitir uma imagem socialmente positiva, mas que não condiga com a realidade – e de cherry picking – forma de atenção seletiva aos assuntos abordados – nos relatórios de sustentabilidade, ela também chamou atenção para os profissionais que devem conduzir esse processo de interiorização dos ODS.
“É preciso ter atenção em todo esse processo e priorizar a gestão por profissionais específicos de sustentabilidade, área ambiental e responsabilidade social. É importante que a implementação seja multidisciplinar. Todas as áreas têm que estar envolvidas, mas a liderança desse processo deve ser escolhida com cautela, para que a gente não tenha o objetivo desse projeto – que é, de fato, contribuir com o alcance dos ODS globalmente – desviado”, ela defendeu.
Apesar do potencial de contribuição para os 17 ODS, Ana Beatriz Azevedo, coordenadora de QSMS na Constellation, apresentou aqueles para os quais a indústria de O&G poderia contribuir de forma mais efetiva, conforme referência da International Petroleum Industry Environmental Conservation Association (IPIECA). São eles: saúde e bem-estar (3), água potável e saneamento (6), energia limpa e acessível (7), trabalho decente e crescimento econômico (8), indústria, inovação e infraestrutura (9), ação contra a mudança global do clima (13), vida na água (14) e vida terrestre (15).
Ela também citou o exemplo do SDG Compass, uma espécie de guia de implementação dos ODS para as empresas, segundo o qual esses objetivos têm que estar alinhados com as metas internas já estabelecidas pelas empresas, de forma que sejam internalizados no planejamento estratégico.
“A integração da sustentabilidade no negócio principal e na governança e a incorporação das metas de desenvolvimento sustentável em todas as funções da empresa são a chave para atingirmos todas as metas estabelecidas”, disse a coordenadora.
Ana Beatriz também ressaltou a importância das parcerias das empresas com suas redes – formadas por fornecedores, governo, ONGs, etc – para otimizar recursos e benefícios das suas ações, apontando a Comissão de Responsabilidade Social do IBP – que, em comemoração aos seus 18 anos, promoveu, no último dia 1º, um webinar sobre os rumos que a responsabilidade social empresarial deverá trilhar nos próximos anos – como um exemplo de fórum em que existe esse tipo de colaboração.
A próxima edição do Fora de Hora ocorre no dia 28 de outubro, às 18h, e o tema será Gás Natural. As inscrições gratuitas podem ser feitas aqui.