O presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Jorge Camargo, defendeu mudanças regulatórias para tornar o setor de petróleo brasileiro mais atrativo no atual cenário global de baixos preços.
A declaração foi feita durante o UK Energy in Brazil, na última terça-feira, 8 de março, no Rio de Janeiro, organizado pela pela Missão Diplomática Britânica no Brasil e pelo UK Trade and Investment (UKTI).
Durante a abertura do evento, Camargo falou que o fim do operador único, a flexibilização das regras de conteúdo local, a extensão do Repetro e o incentivo à inovação são medidas importantes para a retomada do crescimento da indústria no país.
“Não tenho dúvidas que o setor de petróleo é um dos setores que pode ajudar o Brasil em sua retomada econômica. Mas para isso precisamos criar condições que tornem o país mais atrativo aos investimentos”, afirmou.
Para Camargo, o projeto em discussão no Congresso que prevê o fim da exclusividade da Petrobras como operadora única do pré-sal é uma evolução. “Está claro que um ambiente diversificado, com múltiplos operadores, é melhor para o Brasil”, disse.
Inovação e pré-sal
O presidente do IBP destacou também as oportunidades na área de inovação devido à exploração do pré-sal. “Aqui (no Brasil) vai estar a grande demanda por tecnologia offshore nos próximos anos. Até 1% das receitas dos grandes campos podem e devem ser aplicados em tecnologia. Esses recursos precisam ser alocados nas áreas mais eficientes. Por isso, cabe aos operadores direcionar melhor os investimentos nessa área para conduzir essa evolução”, destacou Camargo.
Camargo falou ainda sobre o processo de unitização e as oportunidades de investimentos nas reservas que se estendem para além da área de blocos exploratórios já concedidos pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Segundo o IBP, existem cerca de 10 a 12 áreas nestas condições atualmente, para as quais seria necessário um investimento de cerca de US$ 120 bilhões.
Além de Camargo, participaram do evento o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Marco Antonio Almeida; a diretora-geral da ANP, Magda Chambriard; e o presidente da Shell Brasil, André Araújo.