O primeiro dia da OTC Brasil 2017 confirmou o momento de retomada que vive a indústria de petróleo e gás no Brasil. Em seu discurso de abertura no almoço-palestra “Oportunidades para os negócios de petróleo no Brasil”, o moderador Jorge Camargo, presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), afirmou que o setor de energia inicia um novo ciclo. Segundo ele, o ambiente atual é mais transparente, com mais investimentos e competitividade.
O almoço, que reuniu 350 participantes, também foi marcado por uma informação importante do secretário de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, Marcio Felix, que representou o ministro Fernando Coelho Filho. Ele revelou que o Ibama, em conversas com o Ministério do Meio Ambiente, afirmou que liberaria licenças ambientais pendentes para operação sísmica nas Bacias de Potiguar e de Foz do Amazonas.
“Hoje em dia, temos uma média de três anos de espera para a licença ambiental sair. Mas acredito que estamos vivendo algum avanço no que diz respeito aos processos de licenciamento e estamos trabalhando para ter um maior equilíbrio nessa área”, disse o secretário. Márcio Félix também reforçou os desafios do governo em olhar com cuidado questões como unitização, conteúdo local e Repetro. Segundo ele, é necessário focar no avanço do ambiente regulatório brasileiro para que mais empresas de todo o mundo continuem a investir no Brasil.
O fim do operador único, que tirou da Petrobras a obrigação de ser operadora de todos os projetos de exploração no país, é uma prova da importância de se investir em mudanças no marco regulatório. Pela manhã, na cerimônia de abertura da conferência, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou que vai continuar a trabalhar em parceria com o setor. Ele revelou ainda que um único poço do pré-sal pode chegar a produzir 40 mil barris por dia (bpd), o que representa uma produtividade surpreendente.
Também participaram da abertura da OTC o secretário Marcio Felix; João Carlos De Luca, chairman geral da OTC Brasil; Marcelino Guedes, chairman da Rio Pipeline; Décio Oddone, diretor geral da ANP; Jorge Camargo, presidente do IBP; Wafik Beydoun, chairman da OTC; Thomas Loughlin, diretor executivo da ASME; e Lorde John Browne, ex-CEO da BP.
O evento também discutiu diversos temas relevantes para o setor, como novas tecnologias, otimização das operações, redução de custos e inovação. No painel “Novas alianças no mercado subsea: o que os operadores podem esperar?”, o CEO da Aker Solutions, Luis Araújo, afirmou que a empresa investe fortemente em digitalização e no compartilhamento de dados.
“A digitalização é o caminho para buscar soluções e reduzir custos e o data sharing é muito importante para o desenvolvimento da indústria. Na Noruega, o compartilhamento de informações já é uma realidade e acredito que deveria ser assim no Brasil também”, afirmou o executivo.
Para Donald Sweet, vice-presidente de Soluções Integradas e Vendas da OneSubsea, firmar alianças torna o mercado mais competitivo, porque diminui os riscos e aumenta o interesse para investimentos. A opinião do executivo foi compartilhada por Jesus Grande, presidente da BHGE para América Latina. Ele afirmou que parcerias recentes aumentaram a capacidade de atuação da companhia, que hoje pode ser considerada uma empresa de fullstream. “Atualmente, temos um portfólio extenso e expertise nas áreas de upstream, midstream e downstream. Essa é a melhor maneira de trazer energia para o mundo”, disse.
A OTC Brasil 2017 tem patrocínio da Petrobras; Total; Shell; BP; Fluor; Statoil; Baker Hughes – a GE Company; Chevron; TechnipFMC; Repsol Sinopec; Saipem; ExxonMobil; Vallourec; Galp/Petrogal; Queiroz Galvão; Flutrol; Aker Solutions; CNOCC; Subsea7; Brazil – U.S. Business Council; Firjan; e OceanPact.
O evento segue até quinta-feira, dia 26, no Riocentro, Rio de Janeiro. Até lá, as inscrições estarão abertas online no link.
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