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Especialistas debatem temas que impactarão a indústria e falam para futuros profissionais

 

Rio de Janeiro, 25 de setembro de 2018 – O segundo dia da 19ª edição da Rio Oil & Gas começou com foco no futuro. Palestrantes nacionais e internacionais debateram temas relevantes para o setor e inauguraram as atividades do programa Profissional do Futuro no evento.

Campos Maduros

O painel “O Futuro dos Campos Maduros Offshore” discutiu a exploração deste segmento ainda pouco desenvolvido no país, que ganha fôlego com a nova resolução da ANP que prevê a redução de royalties para mais de 240 áreas.

Marcelo Castilho, superintendente da Agência Nacional do Petróleo, falou sobre a importância de desenvolver todo o potencial da indústria brasileira e ressaltou que, para isso, “precisamos de perfis diferenciados, de empresas com novas experiências”.

A questão do fator de recuperação dos campos maduros também foi destacada por Castilho como um dos desafios do país. A experiência norueguesa foi mostrada como exemplo do que é possível fazer, e Unni Sunnset, diretora da Equinor, disse que no país esse índice atinge 50% – acima da média global, de 30%. “Nossa meta é elevar o fator de recuperação para 60% e redesenvolver mais 20 campos no Mar do Norte”, disse a executiva.

Já no Brasil, Nelson Queiroz Tanure, CEO da PetroRio, destacou a experiência da companhia no redesenvolvimento de campos maduros e comentou sobre sua atuação no campo de Polvo, cuja produção já cresceu 50% – com acréscimo de 3.500 barris/dia. “Operamos Polvo desde 2014. O campo seria abandonado em 2016, mas investimos e conseguimos prolongar sua vida útil para, ao menos, até 2024”, disse.

 

Inteligência artificial e ciência de dados

A inteligência artificial e a análise de dados é um caminho sem volta na indústria de óleo e gás. A conclusão foi unânime na sessão especial em que empresas como Repsol Sinopec, BHGE e IBM Research apresentaram soluções aplicadas ao setor que têm garantido eficiência das companhias e otimizado o tempo dos funcionários. Os executivos defenderam que a inclusão da inteligência artificial não substitui o trabalho das pessoas. Ao contrário, permite que tenham mais tempo para se dedicarem a questões mais complexas.

“No shale gas, por exemplo, temos 85% de sucesso na interpretação de dados a partir de grandes bases de informações. Esse percentual, contudo, varia muito em cada área da indústria”, afirmou Ulisses Mello, diretor do Centro de Pesquisas da IBM Research.

Marcio Affonso, líder em arquitetura de soluções de software da BHGE, comparou o tratamento de grandes bases de dados à procura de uma agulha no oceano. “Queremos entender problemas raros e prever o que acontecerá no futuro para diminuir dificuldades e riscos nas operações”, apontou o executivo.

“Agora podemos elaborar propostas mais específicas, direcionadas à necessidade de cada empresa”, acrescentou o engenheiro de projetos de Pesquisa e Desenvolvimento da Repsol Sinopec, Anderson Leocadio da Nova.

 

Profissional do Futuro

O Profissional do Futuro, programa da indústria de petróleo e gás voltado para estudantes, iniciou suas atividades na Rio Oil & Gas 2018 na manhã desta terça-feira (25). Mais de 200 universitários e jovens profissionais participaram da rodada de conversa com especialistas do setor, além de participarem de uma oficina de carreira com a headhunter e sócia da Weplace, Alessandra Simões, que organizou orientações práticas.

O CEO da Raízen, Luís Henrique Guimarães,  falou sobre a transformação do setor e deu algumas dicas para profissionais interessados em fazer carreira na área: “apesar do momento político em que o Brasil se encontra, marcada por uma forte polarização, os estudantes e jovens profissionais do setor de energia estão no país certo, no momento certo. A transição energética irá trazer muitas oportunidades profissionais”, explicou.

Já Raquel Figueiras, economista e analista sênior do IBP, contou como transformou sua carreira de economista no setor público para profissional do setor de energia. “Em certo momento, entendi que precisava ganhar mais bagagem acadêmica, mas o mestrado em temas técnicos não me atraía. Estudar energia, um campo novo para mim, abriu novas portas e foi a grande virada da minha carreira”, disse.

A apresentação focou também nas habilidades que um profissional deve desenvolver. Segundo a gerente de Desenvolvimento da Equinor, Gabriele Botelho, “ter mentes digitais, e isso significa não apenas estar incluído digitalmente, mas ter atitudes digitais, ser colaborativo e compartilhar conhecimento, e ter capacidade de mobilização são perfis muito bem-avaliados pelas empresas”.

A Rio Oil & Gas acontece até quinta-feira (27), com cinco blocos temáticos que tratarão de Exploração e Produção, Downstream, Gás e Energia, Abastecimento, Gestão da Indústria, e Tecnologias Digitais. Serão realizados paralelamente dez eventos, que reunirão especialistas em tecnologia, sustentabilidade, SMS (Saúde, Meio Ambiente e Segurança), certificação, exploração, downstream, descomissionamento e formação profissional.

A programação completa pode ser acessada no portal www.riooilgas.com.br ou pelo App, disponível para download na Google Play ou na App Store.

A Rio Oil & Gas 2018 é patrocinada pela Petrobras, BP, Modec, Shell, Suatrans, Total, Santander, Chevron, Dow Química, Equinor, ExxonMobil, Galp, Repsol Sinopec, Misc Group, PetroRio, BakerHughes, Braskem, Fluor, Ipiranga, Microsoft, Plural, Porto do Itaqui, QGEP, Raízen, S&P Global Platts Thomson Reuters, Sulzer, Rosneft, TBG, Vallourec e WeWork.