Durante o ESG Energy Forum, indústria debate transição energética justa e inclusiva
A primeira edição do ESG Energy Forum teve início nesta terça-feira, 20 de junho, com discussões e anúncios importantes voltados para as agendas ambiental, social e de governança (ESG, na sigla em inglês), essenciais para empresas do setor. A sessão de abertura do seminário foi marcada pelo anúncio do início das obras do Hub Centro de Energia e Finanças do Amanhã, um projeto em parceria com a Prefeitura do Rio voltado para transição energética, e a Cartilha de Boas Práticas de Diversidade, Equidade e Inclusão do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP).
“A nossa indústria não se furta de participar das discussões sobre a agenda ESG, ao mesmo tempo em que busca incorporar todos esses aspectos. Por isso, trouxemos a sociedade para cá”, enfatizou a diretora-executiva Corporativa do IBP, Fernanda Delgado, na abertura do ESG Energy Forum, citando a Secretaria de Mudança do Clima, o Instituto Clima e Sociedade, o Ministério do Trabalho e a Universidade Zumbi dos Palmares.
Manter o Rio de Janeiro como a capital da energia e transformá-lo na capital da inovação na América Latina é uma prioridade, segundo Chicão Bulhões, secretário de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura da capital. “Aprovamos uma lei pioneira na América Latina, chamada de ISS Neutro. Separamos R$ 60 milhões para que as empresas possam ir ao mercado voluntário de crédito de carbono e façam as suas operações para compensarem as suas emissões”.
O fato de o setor petrolífero manter a produção diária de 4,2 milhões de barris de petróleo sem um único acidente, sem derramamento de óleo, foi lembrado como prova do compromisso das empresas com os mais rigorosos padrões de produção e exploração.
Margem Equatorial
Ao lado da segurança das operações, Júlio Moreira, diretor-executivo de Exploração e Produção do IBP, destacou que a produção de óleo e gás natural na Margem Equatorial abre espaço para promover o “S” (Social), do ESG, ao dinamizar o desenvolvimento econômico das regiões Norte e Nordeste, as mais pobres do país. “O IBP lidera esse debate que é estratégico para o Brasil e a sociedade, o que permite a evolução dessas regiões, por meio da geração de renda, emprego e tributos.”
Moreira destacou, também, que o processo de licenciamento ambiental tem foco, neste momento, em um poço exploratório, que gera impacto bastante reduzido e serve para identificar o potencial da área.
Roberto Castello Branco, presidente do Conselho de Administração da 3R Petroleum e Luiz Ildefonso Simões Lopes, chairman LatAm da Brookfield, defenderam total compromisso com a segurança do trabalho, prioridade das companhias. Castello Branco disse que maximizar lucros não é contraditório com a agenda ESG. “Acidentes ambientais, por exemplo, geram grandes perdas aos acionistas, assim como ineficiências energéticas provocam aumento de custos.”
Transição Energética
No painel “Máxima Energia com Mínima Emissão de GEE”, foram discutidas ações para aliar geração de energia e descarbonização da matriz. Heloisa Borges, diretora de Estudos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis na Empresa de Pesquisa Energética (EPE), destacou que o objetivo do setor de energia é realizar uma transição energética segura, acessível, sustentável e ordenada. “Até o fim da década, o consumo energético aumentará e temos o desafio de trazer energia para quem hoje não tem acesso, com equilíbrio e segurança.”
Fernanda Delgado ressaltou que os países precisam buscar a transição que seja economicamente viável para cada um. “O Brasil já fez sua transição, por ter uma matriz de energia bem limpa. Temos perspectivas multifacetadas da transição e cada país buscará o que for melhor para si”.
Raphael Neves Moura, superintendente de Tecnologia e Meio Ambiente da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), ressaltou a importância do arcabouço regulatório para a agenda ESG. “A regulação precisa absorver os sistemas de gestão de ESG. E a indústria de óleo e gás será estratégica para esse processo e um dos pilares da transição energética do nosso país”.
Já Celso Ferreira, vice-presidente de Operações da Acelen, mostrou os resultados das ações desenvolvidas pela empresa com operações mais sustentáveis. “Reduzimos em 5% o consumo de energia, o que representou menos 268 mil toneladas de emissões pela refinaria”.
Sylvie D’Apote, diretora-executiva de Gás Natural do IBP, destacou a importância do gás natural para a transição energética. “Além de ser um combustível mais limpo e mais eficiente, o gás natural tem dois papeis fundamentais no Brasil: dar segurança ao nosso abastecimento elétrico e substituir a gasolina e o diesel nas plantas industriais e veículos pesados”. Ela também lembrou que o segmento do gás concentra maior presença feminina dentro do setor de O&G.
Gabriel Kropsch, Diretor-Executivo da ABIOGÁS, reforçou que as iniciativas ESG devem estar alinhadas com as do setor de óleo e gás e destacou o potencial de integração dos mercados de gás natural e de biogás. “Toda tecnologia, equipamentos, processo e modelos de negócio do biometano são oriundos do setor de gás natural”.
O ESG Energy Forum conta com o patrocínio master da Petrobras; o patrocínio platinum da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), SBM Offshore, Shell e da TotalEnergies; o patrocínio ouro da BlueShift Brasil, ExxonMobil, Ipiranga, PetroRecôncavo, Repsol Sinopec Brasil e da Trident Energy; patrocínio prata da Naturgy, SLB e do Mattos Filho; e o patrocínio bronze da Vibra, Constellation, OceanPact,Aker Solutions, e do Porto do Açu. Além do apoio do Governo Federal, o evento contará com a parceria de mídia da epbr, apoio de mídia da Brasil Energia, TN Petróleo e da Petro&Química, e apoio institucional da Proactiva.
O evento acontece até esta quinta-feira, dia 22 de junho, no Rio de Janeiro. Mais informações: https://tinyurl.com/2arvd84w