A escalada das ocorrências de furto de combustíveis no Brasil é, sem dúvida, um tema de grande preocupação para as operadoras. Não somente pelos enormes prejuízos financeiros causados, mas também pelos riscos que os furtos representam para as comunidades localizadas próximas aos dutos. Tais atos criminosos também resultam em vazamentos que contaminam o solo e podem causar explosões. De acordo com dados da Petrobras, a incidência aumentou de 72 ocorrências em 2016 para 261 no ano passado, o que significa um crescimento de mais de 250%. Desses 261 casos, a maior parte ocorreu no estado de São Paulo (151), seguido do Rio de Janeiro (69).
Acidentes decorrentes de derivações clandestinas reforçam a necessidade de se desenvolver ações de inteligência e segurança para garantir a proteção à vida, ao meio ambiente, a segurança energética do país e a integridade das instalações.
É importante ainda ressaltar que, o desvio de produtos dos dutos representa um enorme custo aos cofres públicos dos diferentes países. No Brasil, segundo dados divulgados pela Petrobras, 42 milhões de litros do produto foram furtados entre 2015 e 2018, provocando 8.600 horas de indisponibilidade de dutos. A estatal opera por meio da Transpetro mais de 14 mil quilômetros de dutos, que transportam petróleo e derivados por todo o país. Nesse mês de junho, a companhia anunciou a criação de um programa de prevenção que pretende reduzir em 75% o número de furtos até dezembro de 2021.
Com a participação de especialistas de todo o mundo, a Rio Pipeline 2019, que acontece entre os dias 3 e 5 de setembro, no Rio de Janeiro, vai propiciar um debate qualificado sobre esse tema e muitos outros relacionados à melhoria, qualidade e segurança no transporte por dutos. Em sua 12ª edição, a conferência pretende criar canais que expandam o conhecimento e a conscientização da sociedade sobre a importância dessa atividade para o desenvolvimento do país.
Sob o lema “Segurança e energia conectadas com você”, a Rio Pipeline 2019 pretende reforçar a necessidade de intensificar os investimentos em segurança e prevenção, que possam detectar as perfurações clandestinas dos oleodutos.