O Young Summit Rio Oil & Gas encerrou a sua primeira edição nesta quinta-feira (2.12) com debates sobre transformação digital; oportunidades de carreira nas indústrias do amanhã; o futuro da indústria e do clima e saúde mental. Também foram discutidos temas como as empresas podem tornar o ambiente mais acolhedor para a nova geração; e o investimento na transição energética por meio da parceria do setor com startups e o desenvolvimento de inovações.
Eduardo Chamusca, Diretor Global de Desenvolvimento de Negócios da SBM Offshore, falou sobre profissionais jovens que já ocupam posição de liderança. “A energia e o pensamento novo são alguns dos diferenciais que a juventude tem. Quem faz a mesma coisa durante décadas pode ficar na zona de conforto e sem inovação. Um equilíbrio interessante envolve a troca de experiências entre profissionais mais experientes e os mais jovens, os quais já entram no mercado com vasto conhecimento.”
Já Rudimar Lorenzatto, investidor anjo no Urca Angels e sócio da Logitech, abordou a importância da mentoria para o desenvolvimento de startups. “Depois de muito tempo na Petrobras, percebi que o contato com as ideias que circulam nas startups faz com que você aprenda muito. Ao mesmo tempo, abre oportunidade para compartilhar experiências nesse ambiente inovador. Esse cruzamento geracional é importante para aproveitar o bom que já existe com o bom do novo que está chegando”, afirmou.
A busca por um modelo melhor de trabalho após a pandemia foi um dos temas da sessão “Precisamos Falar sobre Saúde Mental”. Para Flávio Freitas, coordenador médico da Seadrill e consultor médico da TotalEnergies, não houve tempo para planejar o home office no início da pandemia. Agora, diz, há tempo para planejar se o trabalho continuará em home office, se volta a ser presencial ou se será adotado um modelo híbrido.
“Ninguém se preparou para o home office, era uma emergência. Mas, agora há tempo de planejar como vai ser o retorno ao trabalho”, defendeu. Ressaltou também que, se por um lado as pessoas ganharam mais tempo para suas atividades pessoais, por outro, o home office gerou muito estresse por haver limites de horário pouco claros, o que levou a casos de burnout. Para quem gostou do home office, Flávio recomenda que os benefícios sejam considerados pelas empresas. “É importante não deixar esses benefícios desaparecerem de uma hora para outra’’.
Alguns palestrantes, como Daniele Jesus, psicóloga e psicanalista, líder do programa de trainees na Univeler, abordaram a necessidade de construção de uma “segurança psicológica” dos funcionários das empresas. Isso envolve, por exemplo, poder se manifestar em relação a um projeto. “É preciso construir muita segurança psicológica para que alguém consiga expor o seu ponto de vista ou para que o funcionário vá ao serviço de saúde porque está à beira de um burnout”, explicou.
Marco André Mezzasalma, psiquiatra do Instituto de Psiquiatria na UFRJ, disse que a cultura de se falar sobre saúde mental começou a entrar na agenda corporativa. “Hoje, muitas empresas têm um profissional que cuida do manejo da saúde mental dos funcionários como um todo”, comentou.
Já Lisandro Gaertner, gerente de Comissões e Gestão do Conhecimento Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás (IBP), abordou a questão da culpa no ambiente de trabalho. “O ócio criativo foi retirado de nossas vidas. Há pouco espaço nas agendas e o home office tem colocado uma reunião atrás da outra”, afirmou.
Júlia Braz, psicóloga clínica e pós-graduada em fenomenologia existencial, reforçou a necessidade de equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.
‘’O profissional do futuro será diverso, em um setor plural e em sintonia com suas soft skills. É esse cenário que nos levará a soluções globais e integradas’’. A declaração é Ana Flavia Gomide, estudante de engenharia de petróleo na Universidade Federal de Sergipe e Embaixadora da Juventude pela ONU. Ana foi uma das palestrantes no pilar ‘As Carreiras da Indústria do Amanhã’.
Para Juliano Mesquita Loureiro, head global de RH da Petrobras, “a indústria de óleo e gás é uma indústria em evolução e em adaptação a tudo o que está acontecendo no mundo”. Carreiras tradicionais, como as da área de geologia, geociência e engenharia, continuarão fortes, mas haverá uma evolução. “Há um cruzamento de atividades, uma mobilidade de profissionais, um intercâmbio entre as carreiras”, afirmou.
Carla Diniz, diretora de Gente e Gestão da NTS e chair do Young Summit Rio Oil & Gas, e Christiano Lins, head de Inovação da Subsea 7, integraram o time de convidados para o último papo da mesa redonda no estúdio.
Christiano, que tem carreiras paralelas, comentou sobre o jovem profissional de formação generalista e que depois se especializa em uma área específica. “O futuro do trabalho tá focado em sermos mais diversos, com olhar mais generalista pra resolver cada vez mais problemas complexos, esse modelo de profissional se alinha a esse objetivo.”
Carla destacou as possibilidades para as mulheres entrarem no setor. “Não tinha banheiro, não tinha uniforme feminino quando eu entrei no mercado. Hoje, podemos dizer que avançamos, mas ainda precisamos fazer mais. Ainda tem gente repetindo hoje que não há mulheres no curso de engenharia para serem contratadas, mas as mulheres estão estudando e se formando. Em alguns cursos, já somos um pouco mais de 50% só de mulheres”, concluiu.
Todas as sessões estão disponíveis gratuitamente no On demand da plataforma exclusiva da Rio Oil & Gas. As discussões voltadas para o público jovem estarão de volta na Arena Young Summit, que estará na Rio Oil & Gas, diretamente do Pier Mauá, zona portuária no Rio de Janeiro, de 26 a 29 de setembro de 2022.
O evento foi patrocinado por Petrobras, TotalEnergies, NTS, Prumo e TechnipFMC, além de contar com a participação do Governo Federal.