O baixo preço do petróleo combinado à instabilidade econômica do país se tornou um “elemento desacelerador da inovação no Brasil”. É o que aponta o Radar Tecnológico – Petróleo e Gás Natural publicado pela Lloyd’s, em parceria com o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP). O documento foi apresentado na abertura da Arena de Tecnologia, durante a Rio Oil & Gas 2016.
O estudo teve como base uma pesquisa realizada com mais de 240 empresas atuantes no setor brasileiro de petróleo e gás natural, explorando seu comportamento em relação a novas tecnologias e inovações em um momento crítico para a economia do país.
Por meio deste trabalho, foram levantados os maiores obstáculos à inovação hoje no Brasil e quais são os desafios à implantação de novas tecnologias. O estudo também examina o impacto de políticas específicas do setor, como a Regulamentação da cláusula de PD&I, que estabelece que 1% do faturamento bruto das empresas de exploração de petróleo e gás natural seja investido em pesquisa e desenvolvimento no país. Há ainda uma classificação das tecnologias potencialmente revolucionárias, no que diz respeito ao impacto a curto e longo prazos que elas terão no setor.
De acordo com o estudo, as tecnologias selecionadas como tendo alto impacto no curto prazo foram as que passaram por melhorias incrementais em tecnologias existentes, como a robótica submarina e outros avanços em equipamentos para águas profundas. No longo prazo, as tecnologias que os participantes acreditam que terão maior impacto incluem avanços em software, como a nanotecnologia, e avanços na modelagem de fluxo no campo pela sísmica.
Ainda segundo o levantamento, embora metade dos entrevistados tenha dito que a cláusula de investimento em P&D sobre a produção de petróleo e gás natural foi positiva para o setor, quando perguntados sobre os detalhes específicos da política, como, por exemplo, seu nível de flexibilidade para se ajustar ao preço do petróleo, os entrevistados disseram que há muito o que aprimorar.
Já “melhorar o ensino e as habilidades técnicas e reduzir a corrupção” aparecem no topo da lista de sugestões para melhorar a base de fornecedores do Brasil, e 1/5 dos entrevistados afirmaram que a corrupção também é o maior obstáculo para lançar uma nova tecnologia e inovações no mercado.