As medidas de isolamento social adotadas pela China – um dos maiores consumidores de petróleo – para conter o surgimento da pandemia de Covid-19 em janeiro de 2020 representou o primeiro impacto no consumo global desse energético. Com o avanço do vírus pelo mundo e adoção dessas medidas em diversos países, a retração da demanda se agravou, chegando a cair quase 20 milhões de barris por dia (b/d), equivalente a cerca de 20% do total, em abril. Esse descasamento entre oferta e demanda culminou em queda da cotação do Brent naquele mês, atingindo uma média de US$ 18/barril, ante US$ 67/b em dezembro de 2019.
Em resposta, a OPEP e seus aliados (OPEP+) acordaram um corte histórico de produção, buscando reequilibrar o mercado. Inicialmente, o acordo, que seria implementado já em maio, previa uma redução de 9,7 milhões b/d até junho, caindo para 7,7 milhões b/d de julho a dezembro de 2020 e 5,8 milhões b/d de janeiro de 2021 a abril de 2022.
Em maio de 2020, a Arábia Saudita anunciou que cortaria voluntariamente 1 milhão b/d adicionais para o mês de junho, seguida por Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Omã, que juntos cortaram mais 200 mil b/d.
Na reunião de dezembro de 2020 do grupo, foi estabelecida uma redução adicional ao patamar de corte previsto para janeiro – 500 mil b/d, passando dos 7,7 milhões b/d para 7,2 milhões b/d. A OPEP+ também anunciou que passaria a monitorar as condições de mercado mensalmente para decidir ajustes na produção para o mês subsequente.
Iniciando 2021, a Arábia Saudita voltou a anunciar um corte voluntário de 1 milhão b/d, válido para fevereiro e março, que posteriormente foi estendido ao mês de abril.
A recuperação gradual da economia global e da demanda por petróleo, aliada ao avanço das campanhas de vacinação pelo mundo e ao retorno do preço da commodity ao patamar pré-pandemia, levou o grupo a anunciar, na reunião realizada em abril, o retorno gradual de 2,1 milhões b/d (incluindo o corte voluntário da Arábia Saudita), divididos em 350 mil b/d para maio e junho e 450 mil b/d para julho.
Na reunião de julho de 2021, o grupo acordou aumentos mensais de 400 mil b/d, iniciando em agosto, até que o corte de produção seja totalmente revertido.
A OPEP+ continua realizando reuniões regularmente e observando tanto as condições de mercado quanto a situação da pandemia, diante das incertezas sanitárias e de recuperação da demanda.